Um suspeito de assaltos no bairro Nova Lima, em Campo Grande, que foi expulso de uma loja pela vendedora durante uma tentativa de roubo, foi apelidado pelas vítimas de ‘ladrão covarde’. O apelido surgiu, segundo as vítimas, porque o homem tem preferência por assaltar comércios onde só trabalham mulheres.

Em duas semanas, pelo menos quatro comércios diferentes foram assaltados e as vítimas suspeitam que o mesmo homem tenha roubado três desses locais.
Imagens das câmeras de segurança de dois locais aumentam as suspeitas, já que o modo de agir e as características físicas são semelhantes.
Funcionárias de uma loja de calçados na rua Jerônimo de Albuquerque, que foi assaltada na quarta-feira (24), disseram ao G1 que o suspeito evita roubar locais onde encontra clientes ou funcionários homens. Segundo uma das vendedoras, que não quer divulgar o nome por medo, a tranquilidade do ladrão impressiona.

‘Ladrão covarde’ é suspeito de assaltos no bairro Nova Lima na capital (Foto: Arquivo Pessoal)

“O cara é tão malandro que só entra para roubar em loja que trabalha mulher. Ele é cara de pau, é covarde mesmo. Sabe que homem reage se for assaltado e que a gente fica sem reação e com medo. Ele entrou aqui para roubar de manhã, era umas 9 horas, foi até o balcão, ameaçou estar armado e pediu celular e dinheiro. Depois mandou a gente virar de costas e não olhar para a cara dele. Não cheguei a ver arma, mas alguma coisa ele tinha na cintura. na hora de ir embora, ainda ameaçou de morte se a gente fosse lá fora atrás dele”, relatou a mulher que não quer ser identificada.

Ela conta que a loja existe na região há quase 2 anos e que o local tem câmeras de segurança, grades e alarme do pânico, que foi acionado durante o último assalto. Segundo a mulher, a câmera de segurança do comércio ao lado flagrou o suspeito chegando de bicicleta na loja.

A vendedora diz também que a ‘onda de assaltos’ atinge o bairro há cerca de 15 dias. Uma loja de cosméticos na mesma rua também foi assaltada duas vezes em duas semanas. Nos dois assaltos o suspeito estava armado com faca. Um funcionário do local disse ao G1 nesta quinta-feira que o local já tem câmeras de segurança, mas que o sistema não inibe os assaltantes.

“É complicado porque a gente vem trabalhar com medo. Infelizmente não tem o que fazer, além de não reagir”, ressaltou. Os funcionários dos dois locais suspeitam que o mesmo homem tenha feito os assaltos, já que o modo de agir é semelhante e as características físicas também.

Vassourada
Preocupada com a segurança, outra funcionária da loja de calçados diz que o jeito é tentar se proteger como a vendedora da loja de confecções que usou um rodo para espantar o suspeito antes do roubo.

“Vamos ficar também na frente da loja, para ver o movimento e se tem algum suspeito. E se precisar vamos dar vassouradas para espantar. Ontem fomos pegas de surpresa porque estávamos no fundo da loja, de costas para a porta. Agora vamos ficar mais atentas, mesmo com medo, porque não podemos deixar de trabalhar”, explicou a mulher.

A Polícia Militar tem um posto no bairro, na mesma rua das duas lojas. Os policiais disseram ao G1 que fazem rondas constantes pela região e que, quando são informados, buscam pelo suspeito logo após os assaltos.

Funcionária comenta atitude de vendedora de usar rodo para espantar ladrão (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)