Garotos resgatados da caverna na Tailândia estão em quarentena
Por Redação Publicado 11 de julho de 2018 às 13:27
Meninos resgatados da caverna se recuperam no hospital de Chiang Rai, na Tailândia, em imagem divulgada nesta quarta pelo governo local (Foto: Governo da Tailândia via AP)

Os 12 garotos resgatados da caverna na Tailândia, na terça-feira (10), estão internados em quarenta, informa a imprensa local, que divulgou nesta quarta-feira (11) as primeiras imagens do time de futebol no hospital. Os meninos aparentam estar bem de saúde, estão usando máscara no rosto e tomando medicação na veia. Alguns, e o técnico do time, Ekkapol Ake Chantawong, de 25 anos, estão com infecção pulmonar.

Segundo as informações, não há risco de morte para nenhum integrante do grupo e todos devem receber a alta médica assim que o sistema imunológico for reestabelecido. Os garotos perderam, em média, 2 quilos no período em que estiveram presos na caverna, sem alimentação.

O grupo está internado no hospital Chiang Rai e, quando saírem, permanecerão por mais 30 dias de quarentena dentro de suas casas. Familiares do 1º grupo de resgatados puderam ver os meninos através de um vidro e conversar por uma linha telefônica. Estes já estão conseguindo se alimentar e andar sozinhos.

Eles foram vacinados contra doenças como Raiva e o Tétano. “Por nossa avaliação, estão em bom estado e não exibem estresse. As crianças foram bem cuidadas na caverna. A maioria dos meninos perdeu em média dois quilos”, disse o inspetor do departamento de saúde tailandês, Tongchai Lertvirairatanapong.

Ainda segundo ele, o que ajudou na sobrevivência dos garotos foi a água limpa, que pingava dentro da caverna. “Podemos sobreviver muitos meses sem receber comida, mas o que é necessário é a água, que a caverna tem. E nesse momento há muita na caverna, e eles escolheram água limpa para beber”, disse. Ao todo, foram nove dias sem por nenhum alimento na boca.

O primeiro-ministro Prayuth Chan-ocha pediu nesta quarta-feira que se dê tempo e espaço para os meninos se recuperarem. “O importante é espaço pessoal. Temos que monitorar isso para os meninos porque o sistema imunológico deles ainda está fraco”, disse Prayuth aos repórteres. “A melhor maneira é não aborrecê-los e deixá-los estudar”, completou.

A história dos Javalis Selvagens

No dia 23 de junho, os 12 meninos e o técnico faziam um passeio de bicicleta e entraram na caverna para se proteger do mau tempo – alguns jornais apontam que o grupo saiu de casa com a pretensão de explorar a caverna e comemorar o aniversário de um dos garotos, prática comum na cidade. A chuva ficou intensa e a água subiu muito rápido, deixando o grupo preso.

No dia 02 de julho, dez dias do desaparecimento deles, foram encontradas as bicicletas em frente a entrada da caverna, que estava submersa, foi então que os mergulhadores ingleses encontraram o grupo, debilitado e com muita fome, a 4 km da entrada, entre 800 m e 1 km de profundidade.

Foi então que teve início a operação de resgate, que envolveu mais de mil pessoas e 90 mergulhadores vindos de vários países. No domingo (08) e na segunda-feira (09) foram retirados quatro garotos em cada dia. Nesta terça, foram resgatados mais quatro meninos e o técnico.

Cada garoto foi conduzido por pelo menos dois mergulhadores e usou máscara facial de oxigênio durante o percurso até a entrada da caverna, que dura seis horas. Vários trechos são muito estreitos, com água turva e baixa visibilidade. Os resgatados foram levados de helicóptero para hospital, onde vão ficar em quarentena e observação.

Para retirá-los da caverna foi necessário ensiná-los a mergulhar por passagem estreitas e submersas. Antes do início do resgate, um ex-membro da unidade de elite da Marinha tailandesa morreu ao retornar do local onde o grupo estava.

Um socorrista que participou da operação de resgate disse que alguns dos meninos foram resgatados em macas “adormecidos”. “Alguns deles estavam adormecidos, outros moviam os dedos (como se estivessem) ‘grogues’. Mas respiravam”, explicou o comandante Chaiyananta Peeranarong, ex-membro dos SEALs da Marinha da Tailândia e que foi o último socorrista a deixar a caverna após o resgate do grupo.