Encontro dá seguimento a ações para o fim de trotes universitários violentos contra gênero e raça, conforme a carta pública da ONU Mulheres, universidades, coletivos feministas e Diretoria de Mulheres da UNE.
Com o apoio da ONU Mulheres, o Diversitas (Núcleos de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos) da Universidade de São Paulo (USP) realiza nessa terça-feira, (24), o Simpósio “Democracia Universitária, ética e corpo: não à opressão, nenhuma vida vale menos”, das 9h às 17h30. O evento acontece em meio a denúncias de estupro e abuso de alunas da medicina, que têm deposto na CPI das Universidades instaurada pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
No encontro, a antropóloga Heloisa Buarque, do USP Diversidade, apresentará a Carta pelo Fim do Trote Violento contra Gênero e Raça, elaborada pela ONU Mulheres, grupos de estudos de gênero e raça de universidades brasileiras, coletivos feministas e a Diretoria de Mulheres da UNE (União Nacional dos Estudantes).
“A ONU Mulheres reconhece a violência crescente nas universidades como expressão de misoginia, agressão e intimidação da livre convivência e circulação de estudantes. Em conjunto com lideranças das universidades, estamos trabalhando para dar visibilidade a essas violências que precisam de respostas ágeis e efetivas do poder público, para a justiça aos casos e a prevenção da violência de gênero e raça”, afirma representante da ONU Mulheres Brasil, Nadine Gasman.
Nos últimos dois anos, surgiram no Brasil diversas denúncias contra trotes universitários organizados por veteranos, que lançam mão de práticas machistas, lesbofóbicas, homofóbicas, transfóbicas e racistas contra calouras e calouros. Ano após ano, esse grupo é submetido a atividades agressivas definidas por veteranos, nas festas das faculdades e dentro das residências estudantis – a maioria deles, homens brancos e de classe média alta.
Entre as atividades propostas na Carta para pôr fim a essas práticas violentas estão a elaboração de uma campanha de mídia e defesa da causa contra o trote violento, que conscientize universitárias e universitários a respeito da violência de gênero e raça, e a formação de uma rede institucionalizada de apoio, com a implementação de comitês de apuração e ouvidorias.
Foto: Emília Silberstein/UnB Agência
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Com o apoio da ONU Mulheres, USP realiza simpósio sobre violência de gênero e raça em trotes