Células ‘espionam’ o cérebro e ajustam respiração durante estresse
Por Ariel Moreira Publicado 31 de março de 2017 às 10:30

Respirar profundamente, de fato, ajuda a acalmar. Isso porque dispara neurônios no cérebro que dizem ao corpo que aquela é hora de relaxar. Esta é a conclusão de um estudo das universidades de Stanford e da Califórnia, que identificaram 175 células cerebrais que “espionam” o cérebro e alteram o espírito da mente.

Aos estudantes de ioga, há milhares de anos, é ensinado que o controle da respiração dá uma sensação de calma e contém o estresse. Também é dito que respirar profundamente pode diminuir a raiva. Mas até agora ninguém sabia por que isso funcionava.

A nova pesquisa afirma que é possível reverter o humor simplesmente alterando a respiração.

Se algo está prejudicando ou acelerando sua respiração, você precisa saber imediatamente — disse Mark Krasnow, professor de bioquímica da Universidade da Califórnia e autor do estudo, publicado na revista “Science”. — Esses 175 neurônios, que dizem ao resto do cérebro o que está acontecendo, são absolutamente críticos.

Os neurônios que ligam a respiração ao relaxamento, atenção, excitação e ansiedade estão localizados no tronco encefálico. Eles podem perceber as diferenças em suspirar, bocejar, ofegar, dormir, rir e soluçar.

No levantamento, os cientistas manipularam geneticamente ratos, retirando os neurônios dos animais ligados à respiração excitada, o que os deixou muito mais tranquilos.

Krasnow conclui que, ao invés de regular a respiração, os neurônios estavam espionando-a e relatando sua descoberta a outra estrutura no tronco encefálico.

Fonte: O Globo