Reajuste tarifário faz brasileiro ‘rezar por chuva’ para não ‘sofrer no bolso’
Por André Farinha Publicado 25 de outubro de 2017 às 09:01

Ainda nesta semana deveremos saber se os reajustes nos valores das bandeiras tarifárias de energia elétrica irão beneficiar ou prejudicar ainda mais os brasileiros, já atolados de impostos. Isto porque, na sexta-feira (27), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) irá divulgar qual será a bandeira tarifária que vigorará no próximo mês, com isso, se for mantida a vermelha – patamar 2 as contas de energia ficarão muito mais caras, por outro lado, se mudar para a amarela, por exemplo, a conta de luz será mais barata.

As mudanças na tabela de valores das bandeiras tarifárias foram aprovadas na terça-feira (24), segundo a Aneel, a medida visa reajustar os valores que as distribuidoras cobram dos consumidores para custear a compra de energia elétrica – custos que aumentam sempre que as usinas térmicas precisam ser acionadas para suprir o mercado consumidor, devido ao baixo nível de água nos reservatórios das hidrelétricas, que são a principal fonte de abastecimento no setor elétrico brasileiro.

Entre os reajustes, foi aplicado um aumento de quase 43% sobre o atual valor da bandeira tarifária vermelha patamar 2, a mais cara do sistema, e que é cobrada sempre que as usinas térmicas mais onerosas precisam ser mantidas ativas para suprir a alta demanda de consumo de energia. O valor passou dos atuais R$ 3,50 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) para R$ 5.

No entanto, enquanto que o último patamar das bandeiras tarifárias apresentou alto reajuste, na amarela houve redução de 50%, passando de R$ 2 para R$ 1 a cada 100 kWh. A bandeira amarela é a primeira da escala de cobrança adicional na conta de luz. Na vermelha – patamar 1 não houve mudança, permanecendo o valor de R$ 3,00. A verde continua sem cobrança de adicional.

Veja os valores de cada bandeira tarifária (Foto: Arte/G1)

Ainda segundo as informações, a proposta de alteração na tabela de valores das bandeiras tarifárias será submetida à consulta pública, podendo sofrer mudanças. A Aneel defende que o valor arrecadado com o sistema, que aplica uma taxa extra nas contas de luz, não está sendo suficiente para cobrir a alta no custo da geração de energia provocada pelo uso mais intenso das termelétricas.

A bandeira vermelha patamar 2, a mais cara do sistema, foi acionada no início deste mês pela primeira vez desde que foi adotada pelo sistema. No mês passado, estava em vigor a bandeira amarela. O acionamento da bandeira vermelha 2 ocorre devido à baixa vazão das usinas hidrelétricas, já que as chuvas em setembro ficaram abaixo da média.