O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai enviar uma missão ao estado do Ceará para realizar a identificação oficial de um inseto que está levantando suspeitas
Técnicos locais observaram características de que se trataria de uma Helicoverpa punctigera – espécie tão agressiva quanto sua “prima” Helicoverpa armigera, mas que ainda não havia sido encontrada no Brasil.
“Nas amostras de insetos que coletamos, uma delas se aproximou às características da Helicoverpa punctigera. Entretanto, um único inseto é muito pouco para se afirmar que se trata de uma nova espécie na região. Por isso estão sendo feitas novas coletas para se fazer a confirmação”, explicou a representante da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Suely Xavier de Brito Silva.
“As coletas foram feitas na região da serra de Tianguá (Noroeste do Ceará), na fronteira com o estado do Piauí. Nos próximos dias 28 a 30 de Setembro o Mapa vai enviar uma missão à região, e um especialista fará novas observações, aprofundando o estudo”, confirmou Suely.
A Helicoverpa punctigera foi identificada na Austrália, e “todo seu ciclo de vida dura em torno de 4 a 6 semanas no verão e de 8 a 12 semanas na primavera e no outono. Durante a migração, é capaz de voar por longas distâncias em grandes altitudes”, aponta o pesquisador e biólogo Giliardi Alves, da Agropec Pesquisa, Extensão e Consultoria.
“Ao saírem do ovo, as larvas medem de 1 a 1,5 mm de comprimento, com a cabeça na cor marrom-escura e corpo branco-amarelado. Com o passar do tempo a cabeça fica preta e o corpo muda de cor, podendo ser verde, amarelo, marrom-escuro ou avermelhado, com uma faixa lateral clara de cada lado e uma listra escura abaixo do centro na parte de trás. Quando em estádio mais avançado de desenvolvimento pode chegar a medir 40 mm de comprimento no último instar de desenvolvimento. Os adultos possuem de 30 a 45 mm de envergadura, as asas dianteiras são castanho-amareladas ou marrom-avermelhadas, com várias manchas, já as asas traseiras são de cor cinza com veias escuras e uma faixa escura na borda inferior”, completa o especialista.
Fonte: Portal do Agronegócio