Vereador propõe Hospital Municipal para quem não consegue administrar as UPAs
Por Ariel Moreira Publicado 5 de abril de 2017 às 12:47

De boas intenções o Inferno está cheio. Propor, como fez o vereador Ademir Santana (PDT) a criação de um Hospital Municipal que viria a desafogar a Santa Casa é louvável, mas incorre no equívoco de todos os novatos, ainda que lhes preencha o currículo para as próximas eleições.

Para o vereador, a presença do presidente da Santa Casa de Campo Grande, Esacheu Nascimento, revelou o quanto é importante o poder público municipal planejar ações que ajudem a instituição a sair da crise atual e permanecer oferecendo bons serviços de saúde à população. E foi assertivo quando declarou que “o mais importante é que há uma crise profunda no que diz respeito ao atendimento das demandas vindas do interior do MS e até de outros estados”.

Em relação à permanente crise financeira da Santa Casa, enfatiza que é urgente que novas ideias e planos alternativos ajudem a desafogar a instituição, e é necessário urgente na construção do hospital municipal.

“Eu entendo que o investimento seja alto, mas a longo prazo trará enorme economia para o município, além de fazer com que a Santa Casa melhore sua prestação de serviço, já que uma obra dessa ordem evitaria a superlotação e o atendimento precário”, disse.

Definir que a antiga rodoviária, boa parte dela área pública, poderia ser utilizada para o estabelecimento desse hospital é desconhecer a arquitetura necessária para a instalação de prédios que cuidem da saúde.

Nas boas intenções demonstradas lembrou o tempo que o Hospital do Trauma aguarda para ser concluído, 20 anos, mas esbarrou no fato que empresas privadas investem alto em construções de hospitais declinando a análise de que saúde privada dá lucro, e muito, porque a gestão pública não atende o que lhe é obrigação constitucional.

“Sei que as coisas não acontecem de uma hora para outra. … Vou buscar técnicos que ajudem a elaborar o plano, vou buscar recursos. Quero convencer o poder executivo da capital de que o hospital municipal é uma saída segura e permanente para a saúde pública de Campo Grande”, ponderou.

Talvez, na função de vereador, devesse questionar, acompanhar e se mobilizar para que o gestor da Capital consiga resolver os problemas de desabastecimento de insumos e medicamentos das Unidades de Saúde, definisse um plano de cargos e carreiras para os servidores da saúde e por ai afora.

A intenção é melhor que boa, é ótima, no entanto beira à utopia.

Com informações da Assessoria de Comunicação do Vereador