Um dos líderes da ‘Máfia do Câncer’, José Dorsa morre em sauna na Capital
Por André Farinha Publicado 12 de março de 2018 às 11:08
Médico cardiologista e ex-diretor do Hospital Universitário, José Carlos Dorsa (Foto: Midiamax/Reprodução)

Apontado como um dos líderes do esquema que ficou conhecido como ‘Máfia do Câncer’, o médico cardiologista José Carlos Dorsa Vieira Pontes, de 51 anos, morreu na noite de domingo (11) em uma sauna na região central de Campo Grande. Segundo informações da polícia, Dorsa teria consumido drogas e injetado alguma substância na veia, sofreu um ataque de convulsão e faleceu instantes depois da chegada do SAMU.

O médico foi diretor do Hospital Universitário de Campo Grande e investigado na Operação Sangue Frio, deflagrada em março de 2013 pela Polícia Federal, Ministério Público Federal (MPF) e Controladoria Geral da União (CGU). Ele e outras seis pessoas foram acusadas de praticar desvios milionários por meio da contratação de empresas especializadas em procedimentos e serviços médicos, em nutrição, na aquisição de órteses e próteses, além de pregões irregulares.

A morte

Dorsa foi encontrado por funcionários da sauna cerca de três horas após dar entrada. Ele estava caído, de bruços, e apresentava ferimentos no supercílio e no rosto, que foram ocasionados pela queda. Os peritos também identificaram uma ‘punção’ no braço, provavelmente derivado da aplicação de alguma substância na veia. A princípio, a polícia trabalha com a hipótese de suicídio e overdose de drogas.

A investigação está atrás de um garoto de programa que acompanhava o médico no local. Funcionários da sauna disseram não haver controle de quem entra ou sai do quarto e que não conheciam o rapaz. Testemunhas relataram as autoridades que Dorsa teria discutido com este acompanhante, reclamou de dores de cabeça e demonstrou estar bastante agitado e ansioso antes de subir para o quarto, juntamente com com o sujeito.

Foi o garoto de programa quem alertou a recepção sobre a convulsão do médico. Os enfermeiros do SAMU ainda tentaram reanimar o cardiologista, mas ele não resistiu. Antes da chegada da polícia, o garoto deixou a sauna sem apresentar qualquer identificação.

O corpo do médico foi encaminhado para o Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) e será submetido a exame necroscópico para identificar as causas da morte. A polícia registrou o caso como morte a esclarecer.