
Os preços podem ser iguais e até superiores ao do trigo normal
Não se sabe ainda a extensão total dos danos, porque nem todas as regiões terminaram a colheita, mas estima-se que 1,6 milhão de toneladas poderão ser atingidos por eles, no final da colheita, de um total de 6,0-6,5 milhões de toneladas a serem produzidas, mais ou menos como no ano passado, segundo projeções da Consultoria Trigo & Farinhas, nesta quarta-feira.
Este trigo não serviria para o processo de moagem para consumo humano, mas teria mercado como trigo forrageiro, para alimentação animal, principalmente para exportação, com preço ao redor de US$ 165/tonelada FOB portos brasileiros.
A boa notícia é que este trigo forrageiro tem mais demanda internacional no Brasil do que o trigo para consumo humano, porque estamos muito longe dos compradores do Norte da África e do Oriente Médio e perdemos no frete para os países do Mar Negro e da Europa, segundo Luiz Carlos Pacheco, analista sênior da Consultoria.
E os preços de exportação do trigo forrageiro, convertidos em reais por saca posto no interior do Rio Grande do Sul ou no Sudoeste do Paraná liquidariam algo ao redor de R$ 32,00/saca, acima dos preços do trigo “normal” do RS e apenas levemente abaixo do trigo hard do Paraná, garantindo ao triticultor boa lucratividade, mesmo com a quebra de qualidade, segundo Pacheco.
“As perspectivas são de preços bons para esta temporada, tanto para o trigo de boa qualidade, quanto aquele que for colhido apenas para consumo animal”, afirma Luiz Carlos Pacheco, da consultoria Trigo &Farinhas.