Técnico aprova estreia de Cielo e mira vaga nos 50m: "Toda energia e foco"
Por Redação Publicado 19 de abril de 2016 às 11:15

Americano Scott Goodrich elogia desempenho do brasileiro nas eliminatórias
dos 100m livre e justifica o sexto lugar: “Colocamos tudo para os 50m livre”

O sexto lugar nas eliminatórias dos 100m livre do Troféu Maria Lenk pode parecer pouco quando se trata do recordista mundial (46s91) e medalhista de bronze em Pequim 2008. No entanto, no atual momento de Cesar Cielo, o tempo de 48s97 foi um sinal positivo – sua melhor marca nos últimos 12 meses. Para o americano Scott Goodrich, técnico a quem Cielo recorreu no início do ano na tentativa de superar a má fase, o desempenho na primeira queda na piscina do Estádio Aquático do Parque Olímpico do Rio de Janeiro, na segunda-feira, aumentou a confiança na conquista da vaga dos 50m livre – prova marcada para quarta-feira e na qual o principal nadador do país aposta todas as fichas para não ficar fora do Rio 2016 – o GloboEsporte.com acompanha tudo em Tempo Real e o SporTV transmite as finais a vivo, a partir das 17h (de Brasília).

– Foi ótimo. Um grande teste para saber como ele está. Na verdade, não colocamos muito o foco nos 100m neste momento. Colocamos tudo nos 50m. Para ele, foi uma prova mais para entrar na competição. Conseguiu controlar bem, mostrou boa técnica. Foi muito bom ver isso – avaliou Goodrich.

O desempenho considerado bom nos 100m livre, nadando abaixo do índice olímpico de 48s99, não foi suficiente para Cielo ficar entre os primeiros na forte disputa da seletiva brasileira. Ele terminou apenas com o sexto lugar nas eliminatórias e o sétimo tempo quando somados os resultados do Torneio Brasileiro/Open de dezembro do ano passado. Cesar abriu mão da final da tarde, onde poderia buscar uma das quatro vagas de titulares do revezamento 4x100m livre, para evitar desgaste antes dos 50m livre.

– A razão de não nadar a final foi ele ficar mais preparado para os 50m. Os treinos foram voltados para isso. Apostamos tudo nessa prova. Então, vamos colocar toda a energia e foco nisso agora, sem desperdiçar – explicou o técnico.

Velho amigo dos tempos em que nadaram juntos em Auburn entre 2005 e 2008, Goodrich é um dos treinadores de confiança de Cesar. Foi nas mãos dele que o paulista de Santa Bárbara d’Oeste viveu seus últimos dois grandes momentos: os mundiais de Barcelona 2013 e Doha 2014 (piscina curta), que renderam três ouros individuais.

O americano voltou a treinar Cielo em janeiro deste ano, quando o nadador resolveu deixar a comissão técnica que o acompanhou em 2015 – ano de resultados bem abaixo do esperado – e se mudar para o Arizona, nos Estados Unidos. O jovem técnico de 29 anos – apenas 10 meses mais velho que Cielo -, chegou ao Rio no domingo para acompanhar o Maria Lenk e elogiou o que viu do nadador na estreia.

– A largada foi boa. Ficamos felizes com a maneira como ele saiu do bloco a aceleração que teve. Nadou confortável, suave. Foi algo bom de se ver.

Na reta final dos mais de três meses de treinos intensos na pequena cidade de Scottsdale, um dos pontos mais trabalhados por Goodrich com Cielo foi justamente esse início de prova (clique e confira o vídeo de um dos treinos). O objetivo era fazer com que os movimentos se tornassem mais automáticos, algo que o brasileiro sentiu falta na última competição de peso que disputou – o GP de Orlando, no início de março.

– Fizemos muitas simulações de competição. Trabalhamos esse ponto para que ele estivesse realmente preparado para encarar a seletiva. Se sentindo bem e confortável com a estratégia para a prova – contou técnico.

Em uma dessas simulações feitas por Cielo, na semana passada, em São Paulo, ele mostrou que chegaria para o Maria Lenk em condições melhores em relação ao apresentado no ano passado. Nadou os 50m na casa dos 22 segundos baixos, bem perto dos 21s.

Ainda sem índice para as Olimpíadas, Cielo tem a oportunidade final no Maria Lenk – segunda e última seletiva. Para se garantir, ele precisa ficar entre os dois melhores tempos dos 50m livre, que até o momento tem Bruno Fratus e Ítalo Manzine liderando a disputa com 21s50 e 22s08, respectivamente – marcas feitas no Brasileiro/Open. Confiante, Goordrich acredita que Cielo poderá nadar na casa dos 21s na quarta-feira, mas fez questão de ressaltar que o mais importante mesmo é confirmar presença no Rio 2016.

– Temos algumas ideias, alguns números na cabeça. A expectativa é que ele faça boa prova e possa se classificar. Obviamente, 21s seria ótimo, mas contato que se classifique para o time brasileiro das Olimpíadas, vamos ficar felizes – concluiu o treinador.

Fonte: Ge