Ministro diz não ter reparado falta de ministros do PMDB no 7 de Setembro.
José Eduardo Cardozo disse que evento não é termômetro da política.
O ministro da Defesa, Jaques Wagner, afirmou nesta segunda (7) que a relação entre PT e PMDB está “bom para melhorar”. Wagner falou com jornalistas após o desfile de 7 de Setembro, do qual ele participou, no mesmo palanque da presidente Dilma Rousseff.
“Eu acho que tá bom para melhorar”, disse, ao ser questionado por jornalistas. Por meio de sua assessoria, Jaques Wagner informou que o sentido de sua frase é de que o governo está “pronto para melhorar” a relação com o PMDB e que “sempre se pode melhorar”.
Wagner disse, no entanto, que não reparou na ausência de ministros do PMDB no desfile. Além do vice-presidente, Michel Temer, estava presente apenas o ministro da Pesca, Helder Barbalho, no palanque das autoridades.
“Eu não tinha reparado. Não contei quem eram os ministros, quantos do PT ou do PP faltaram. Não era obrigação [participar do desfile]. Muitos ministros vão participar de 7 de Setembro em seus estados”, afirmou.
Questionado sobre se a presidente, que estava próxima dele no palanque do desfile, teria comentado sobre a participação de ministros do PMDB, Wagner disse que não.
O ministro da Justica, José Eduardo Cardozo, também minimizou a ausência de nomes do PMDB no desfile: “Eu não vejo a presença ou ausência nesse ato de hoje como qualquer significância política. (…) Quem pôde estar aqui, esteve, está participando. Um evento como esse não significa nenhum termômetro de absolutamente nada”.
Temer
Jaques Wagner afirmou ter “relação excelente” com Michel Temer e disse que não há “constrangimento em relação a ele”.
Na última semana, Temer declarou que, se a presidente Dilma Rousseff mantiver os atuais índices de popularidade será “difícil” resistir a mais três anos e meio de governo.
“Tenho relação excelente. Eu não tenho constrangimento e continuo assinando embaixo das declarações dele”, afirmou. Segundo Wagner, houve intenção de “dar conotação diferente” à real colocação do vice-presidente.
“Ninguém acha bom ter 7%, 8% [de popularidade]. Tenho certeza que vai dar pra terminar [o governo]. A fala dele foi o obvio. É tranquilo ter 7%, 8% de popularidade? Não, não é”, afirmou o ministro da Defesa.
Wagner afirmou, ainda, que do palanque das autoridades não deu para ouvir barulho das manifestações que ocorreram na capital federal durante o desfile. “Não chegava lá. Eu não ouvi”, afirmou.
‘Copo meio cheio’
Questionado também sobre a relação do PT com o PMDB, o ministro Edinho Silva (Comunicação Social) disse que prefere “ver o copo meio cheio”.
“Eu prefiro ver o copo meio cheio. […] A relação com o PMDB não se dá apenas pelo número de ministros presentes no palanque oficial. A relação com o PMDB se dá na construção de um projeto de país, de um projeto de nação, de um programa de governo”, disse.
Edinho disse, ainda que, o vice presidente, Michel Temer, “é o maior símbolo da união do PT com o PMDB e também da construção de governo de coalizão com muitos partidos”. “A relação com PMDB é boa, é transparente, honesta. E, mesmo quando há ruído, o PMDB senta com governo, dialoga e o ruído desaparece”, elogiou Edinho.
O ministro disse, ainda, que Michel Temer nem precisaria ter divulgado nota para negar conspiração. “Nem precisava [da nota], mas sempre reforça, porque já tínhamos confiança na posição do vice-presidente, Michel Temer. Ele tem sido muito correto e leal com a presidenta Dilma e tem trabalhado muito para construção de ambiente político e para que Brasil supere dificuldades. […] Gestos e atos do VP fala muito mais do que palavras”, disse.
A assessoria do vice-presidente Michel Temer divulgou neste domingo (6) nota oficial na qual repudia as “teorias” de que ele age como conspirador e afirma que a “divisão” e a “intriga” agravam a crise política e econômica.
Já o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, disse que a “relação com o PMDB é boa”. Segundo ele, o vice Michel Temer tem tido ao longo dos anos uma postura de “compromisso e lealdade” com o governo federal. “O vice-presidente Michel Temer soltou uma nota muito firme, muito explícita de qual é a sua postura em relação ao governo e a presidenta Dilma”, justificou.
Fonte: G1