
Palocci foi preso em 26 de setembro de 2016 e denunciado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O Vereador de São Paulo Eduardo Suplicy (PT) chegou ao Fórum Ministro Jarbas Nobre por volta das 9h30 para depor como testemunha em ação em que o ex-ministro Antonio Palocci é réu na Operação Lava Jato, nesta sexta-feira (16). O depoimento ao juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato em 1ª instância, é feito via videoconferência.
Palocci foi preso em 26 de setembro de 2016 e denunciado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), há evidências de que o ex-ministro recebeu propina para atuar em favor do Grupo Odebrecht, entre 2006 e o final de 2013, interferindo em decisões tomadas pelo governo federal.
O ex-ministro também teria participado de conversas sobre a compra de um terreno para a sede do Instituto Lula, que foi feita pela Odebrecht, conforme as denúncias. A defesa de Palocci classifica as acusações com surrealistas.
Ao chegar para depor, Suplicy afirmou que não conhece nenhum episódio que possa levar Palocci a ser indiciado ou condenado. O vereador destacou que conhece Palocci desde os anos 80 e que com ele se relacionou diversas vezes, como correligionários do PT ou de forma institucional em razão dos cargos que ocuparam.
“O que eu posso assegurar e se perguntado pelo juiz Sérgio Moro é que, em todos os episódios da minha convivência com Antonio Palocci, ele sempre agiu da maneira mais séria e correta. Nunca soube de nenhuma ação que pudesse significar formas de improbidade administrativa e enriquecimento ilítico”, disse.
Além de Suplicy, estavam previstos o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, Murillo Portugaln, que trabalhou no gabinete de Palocci quando era ministro da Fazenda, Fábio Barbosa, ex-conselheiro da Petrobras. A presença de Cardozo era incerta porém já que foi protocolado um ofício no processo indicando que não foi possível citar Cardozo para participar da audiência.
Outras 14 pessoas são rés na mesma ação – entre eles, Marcelo Odebrecht, ex-presidente do Grupo Odebrecht, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e e Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras.
Defesa
O advogado de defesa de Palocci, José Roberto Batochio, afirmou que Palocci é “absolutamente inocente”. Única acusação que contra ele pesa é de ser um personagem que já foi várias pessoas, o italiano”, diz. Segundo o advogado, a Polícia Federal apontou várias pessoas sendo o italiano até afirmar que ele seria o ministro Palocci. “É uma coisa kafkiana, surrealista essa acusação”.
Fonte: G1