Supermercados oferecem R$ 4,95 de aumento salarial
Por Ariel Moreira Publicado 5 de abril de 2017 às 14:45

Comerciários de Campo Grande, do ramo de supermercados, estão indignados com a proposta “indecente” dos empresários, que ofereceram apenas 0,5% de reposição salarial, com base no salário da categoria, que corresponderia a exatos R$ 4,95 de “aumento”. “Esse aumento mal daria para comprar um pastel”, ironizou Idelmar da Mota Lima, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande – SECCG, que está convocando os trabalhadores para uma assembleia geral nesta sexta-feira (7) às 19h na sede do sindicato, para discutir o assunto.

Nelson Benites, vice-presidente do SECCG, que faz parte da comissão de negociação da nova Convenção Coletiva de Trabalho – CCT 2017/18, disse que essa proposta da classe patronal é uma afronta à categoria. Ele considerou um desrespeito com aqueles que de fato movimentam os supermercados na cidade, que são os trabalhadores.

“Mesmo com o país em crise, o setor de alimentação não teve queda. Pelo contrário, as pessoas deixam de comprar outros produtos, mas não deixam de se alimentar adequadamente, de acordo com seus vencimentos. Portanto, não justifica não repor sequer as perdas para a inflação no acumulado dos últimos 12 meses de vigor da CCT 2016/17”, afirmou Nelson Benites.

OUTROS ABSURDOS

O Sindicato dos Comerciários está divulgando um panfleto em todos os supermercados da Capital convocando a categoria para a assembleia geral e notificando os trabalhadores sobre outras ameaças da classe patronal: Além de oferecer esses famigerados R$ 4,95 de “aumento” salarial, os donos de supermercados querem retirar da convenção direitos anteriormente adquiridos como por exemplo o término do intervalo de 15 minutos antes do início de sobre jornada e retorno do trabalho integral no dia 1º de maio (Dia do Trabalhador).

“Eles ameaçaram também com a retirada da folga compensatória dos feriados. Não podemos permitir tamanho desrespeito”, diz a nota divulgada aos trabalhadores.

A diretoria do SECCG pede o empenho de todos para que participem dessa assembleia geral na sexta-feira às 19 horas na sede do sindicato (Rua Fernando Augusto Correa da Costa, 33, Jardim América). “Você quer ganhar um pastel de reajuste salarial? Se não aceita isso, venha para o seu sindicato nesta sexta-feira e junte-se a este movimento”, diz a nota.

APOIO

A indignação dos comerciários com essa proposta indecente dos donos de supermercados tem o apoio da Federação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços de Mato Grosso do Sul – Fetracom/MS e da Força Sindical, que estão dispostas a ir para as ruas, junto com os trabalhadores numa campanha contra os supermercados de Campo Grande.

“Essa proposta de 0,5% é uma vergonha. Uma afronta que os donos de supermercados fazem com os trabalhadores”, criticou Pedro Lima, presidente da Fetracom/MS. Ele disse que vai dar todo o apoio ao SECCG nessa luta pelos direitos dos comerciários de supermercados da Capital.

A Força Sindical também manifestou seu apoio em brigar não apenas pela manutenção dos direitos conquistados como para que os trabalhadores recebam uma proposta de reposição salarial decente, digna de sustento de suas famílias.

Fonte:Douradosnews