O sistema carcerário onera o governo de Mato Grosso do Sul em R$ 10 milhões por mês. Dos 15.700 presos, 40% foram para a cadeia por tráfico de drogas, reflexo da criminalidade da fronteira, de acordo com o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa.
Segundo ele, em termos financeiros, o Estado precisa de R$ 11 milhões por mês para conseguir manter o sistema carcerário. Porém, esse setor não afeta só os cofres públicos, também impacta na polícia civil e no judiciário, por exemplo.
Hoje, governadores de seis estados que formam o Fórum Brasil Central assinaram o Pacto Interestadual de Segurança Pública, em Bonito – distante 257 km de Campo Grande. O ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre Moraes, participaria do ato, mas cancelou em cima da hora devido a outro compromisso.
Para o secretário, a participação do ministro seria importante no evento, porém a falta dele não interfere agora, já que ele pode passar a integrar o pacto em outro momento.
Para arrecadar recursos que devem ser investido no setor, existe uma discussão entre governo federal e os estados, para se criar um fundo nacional de segurança pública, com repasse físico e compulsório. Já o Fórum cogita a possibilidade da criação de um fundo do Brasil Central.
“Não podemos sobreviver da forma como estamos”, afirma o secretário sobre a situação atual. Já o governador do Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB) disse que o Fórum precisa ter um olhar diferenciado para a região de fronteira, não só a repressão a criminalidade, mas levando desenvolvimento.
Ele afirma que a faixa de fronteira tende a ser pobre, o que favorece a criminalidade e por isso, é importante levar desenvolvimento para depois, adotar estratégias melhores de como melhorar a segurança.
Barbosinha destacou que o tráfico de drogas influencia muito no sistema. “São pessoas que vem de outros estados, cruzam a fronteira, buscam munições, armamento e temos gente de todos os estados que acabam ficando em MS, custeando por nós”, afirma.