Síndrome de Burnout tem sintomas parecidos com os da depressão, mas desencadeados pelo trabalho
Por Redação Publicado 1 de fevereiro de 2017 às 10:43

Mais de 70% dos trabalhadores brasileiros sofrem algum tipo de sequela do estresse. Em cada 100 milhões de pessoas, a Síndrome de Burnout atinge 32% delas. No ranking, Brasil só perde para o Japão.

O Brasil tem mais de 12 milhões de desempregados, número oficial das pessoas que estão tentando uma oportunidade, mas não conseguem. Também não está fácil para quem está trabalhando e com medo de perder o emprego, muita gente acaba trabalhando mais. É um estresse pra mostrar serviço, uma mistura de ansiedade e incerteza.

O Bem Estar desta terça-feira (1) fala sobre o assunto, afinal por que estamos tão cansados? O consultor do programa, o psiquiatra Doutor Daniel Barros e a psicóloga Ana Maria Rossi ajudam a entender.

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Motivos para se sentir pressionado no trabalho não faltam: volume de trabalho, pressão por resultado, corte de gastos, insegurança no trabalho, relação com o chefe, dificuldades ou pressão na vida pessoal e relacionamento com os colegas.

A ansiedade é uma resposta normal de todas as pessoas. É um sinal do corpo indicando que ele está preparado para correr ou lutar. Algumas alterações físicas bem perceptíveis são o aumento da frequência cardíaca e da respiração e o aumento da tensão e irrigação sanguínea na musculatura. O problema aparece quando esse quadro, que deve ser esporádico, se torna constante.

Podemos classificar o cansaço em 4 níveis: cansaço normal, cansaço frequente ou muito prolongado, fadiga permanente e exaustão e Burnout, quando a pessoa é incapaz de lembrar quando foi a última vez que não teve dor de cabeça ou dormiu bem.

Pacientes com a Síndrome de Burnout não conseguem parar de pensar nas tarefas, mas se sentem irritados com suas funções e os colegas. A depressão é caracterizada por tristeza e desânimo nos mais diversos aspectos da vida. Em geral, a culpa das pessoas deprimidas advém da falta de forças para realizar as tarefas cotidianas.

As três características da síndrome são:

– exaustão física e mental: sensação de que a pessoa foi além do seu limite. Se sente desprovida de recursos físicos e emocionais pra sair da situação.

– cinismo e ceticismo: falta de empatia pelos colegas de trabalho e descrença na existência da própria crise pessoal

– baixa realização profissional: acompanhado de um sentimento de culpa pela baixa produtividade. A pessoa se sente incompetente e tenta compensar, trabalhando mais.

Para combater o stress e prevenir o aparecimento da Síndrome de Burnout é muito importante ter prazer no trabalho. Isso pode vir com o reconhecimento, ainda que pequeno nas tarefas simples, realização e até dinheiro.

Como prevenção, Dra. Ana Maria lembra que os períodos de descanso de qualquer trabalhador precisam ser tanto físicos quanto cognitivo: não adianta a pessoa ficar pensando durante o fim de semana no relatório que não entregou, na resposta que estava esperando, etc. Se não for assim, esse afastamento pode causar uma ansiedade que alimenta ainda mais o estresse.

Para combater o estresse e seus efeitos no organismo, Dr. Daniel dá 3 dicas: prática regular de exercício físico, sono adequado e meditação. O exercício estimula a produção de endorfina, que traz uma sensação de relaxamento. Além disso, o ganho de massa muscular ajuda na retirada da corrente sanguínea de algumas proteínas relacionadas ao estresse. E quem se mantém ativo diminui o estado inflamatório do organismo. Já a meditação, ajuda com o foco e afasta a procrastinação e outras potenciais interrupções.

Agora, quando a síndrome já está instalada, o tratamento precisa de antidepressivos e é fundamental, o afastamento do ambiente de trabalho.

Fonte: G1