Saiba o que Cunha e Collor falaram para se defender
Por Redação Publicado 20 de agosto de 2015 às 16:34

Nos últimos meses ambos vinham criticando atuação do procurador-geral.
Nesta quinta, a PGR denunciou Cunha e Collor por corrupção.

Desde que foram abertos os inquéritos para investigar políticos com foro privilegiado na Operação Lava Jato, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o senador Fernando Collor (PTB-AL) deram algumas declarações públicas para se defender das suspeitas que pesam contra eles. Ambos adotaram uma postura de crítica à atuação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e negaram envolvimento no suposto esquema de corrupção dentro da Petrobras.

Nesta quinta-feira (20), os dois foram denunciados pela PGR. Se a denúncia for aceita pelo Supremo Tribunal Federal, virarão réus. Cunha é suspeito de ter recebido R$ 5 milhões em propina para viabilizar a contratação de dois navios-sonda para a Petrobras. De acordo com o Ministério Público Federal, Collor é suspeito de ter recebido, entre 2010 e 2014, R$ 26 milhões em propina para favorecer empresas em contratos firmados pela BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras na área de combustível.

O G1 selecionou as principais frases que o presidente da Câmara e o ex-presidente da República usaram em sua defesa nos últimos meses. Entre elas, há alegações de perseguição, palavrões na tribuna do Senado e críticas à condução das investigações. Veja abaixo:

9 de março de 2015:
Três dias depois de o procurador-geral ter feito os pedidos de abertura de inquérito ao Supremo para investigar políticos com suspeita de envolvimento no esquema, o senador Collor usou a tribuna do Senado para dizer que “listas de nomes sem provas não significam absolutamente nada”. Ele ainda acusou o Ministério Público Federal, chefiado por Janot, de estar sendo “parcial”.

12 de março de 2015
Cunha comentou a apresentação da lista de Janot em sessão da CPI da Petrobras, na qual prestou depoimento. Ele negou ter recebido qualquer “benefício indevido” e disse que a lista do MPF foi leviana e feita a partir de “escolhas políticas”.

14 de julho de 2015:
Nesse dia, a operação Lava Jato realizou buscas e apreensões nas casas de políticos, entre eles Collor. Na casa do senador em Brasília foram apreendidos carros de luxo. Novamente, Collor foi à tribuna do Senado se defender. Ele disse que a Lava Jato estava “extrapolando limites”.

17 de julho de 2015:
Na mesma semana, se tornou de conhecimento público parte do depoimento de delação premiada do executivo Júlio Camargo, investigado na Lava Jato, em que ele diz que Cunha recebeu propina de R$ 5 milhões para viabilizar a compra de dois navios-sonda para a Petrobras. Um dia depois, Cunha anunciou que deixava a base do governo e passava para a oposição. Segundo o presidente da Câmara, ele estava sendo perseguido pelo Palácio do Planalto.

5 de agosto de 2015:
Novamente na tribuna do Senado, Collor afirmou não ter envolvimento nas denúncias e atacou o procurador-geral. Ele chegou a, em voz baixa, dirigir um xingamento a Janot durante o discurso.

19 de agosto de 2015:
Diante da expectativa de que Janot iria apresentar denúncia contra Cunha, o presidente da Câmara reafirmou sua inocência e disse que não vai deixar o comando da Casa.

Fonte: G1