Assistir aos shows das maiores bandas de rock do planeta é um sonho de todo bom apreciador do estilo musical que recebe homenagens neste 13 de julho, Dia Mundial do Rock. Para a contadora Edilane Pinheiro, de 39 anos, curtir as apresentações dos ídolos mundo afora já se tornou um estilo de vida. Na lista da roqueira estão bandas como AC/DC, Iron Maiden, Kiss, Whitesnake, Rush, além de festivais internacionais. Fã do bom e velho Rock n’ Roll desde os 14 anos, ela diz que coleciona, mais que ingressos, realizações. “É um entusiasmo que vicia. Sinto-me realizada”, disse ao G1.
A odisséia de Dila – como é chamada pelos amigos – começou em 2009, quando a contadora viajou para São Paulo para assistir ao show da banda AC/DC. À primeira vista, a viagem seria uma experiência isolada. Entretanto, ela conta que ‘viciou’.
“Venho de um grupo de amigos de infância apaixonados por rock e eu já cresci ouvindo. Lembro que eles iam para shows e eu ficava morrendo de vontade, mas não tinha condições. Eu dizia ‘agora eu não posso, mas um dia eu vou poder’. Terminei meu estudos, trabalhei bastante, até que surgiu a oportunidade. Aí depois do [show do] AC/DC eu desandei. Comecei a guardar dinheiro especialmente para ver as bandas que eu curto. Todas, na verdade”, brincou.
Com uma programação anual feita na ponta do lápis, Dila já soma mais de 100 shows. A lista é grande e de fazer inveja. “Kiss, Motörhead, Black Sabbath, Metallica e Slayer eu já vi três vezes cada um. Judas Priest eu vi quatro vezes só em 2015 e cinco no total. Iron Maiden assisti seis vezes, e Megadeth fui a quatro shows. Whitesnake, Anthrax e Blind Guardian eu já vi duas vezes”, listou.
No Brasil, Dila passou pelas duas edições do Festival SWU, deu um ‘pulinho’ no primeiro Lollapalooza e balançou a cabeleira no ‘Monsters of Rock’, realizado em abril deste ano. Ela também já foi em duas edições do ‘Hellfest Open Air’, que ocorre na França. “Às vezes, eu pago bem caro, não vou mentir. Eu gasto em média R$ 12 mil, mas é uma experiência que compensa. Agora eu não perco um show. Se eu curto, eu vou embora ver”, disse.
Diário de um viajante
Se de fã e de louco todo mundo tem um pouco, não é de se espantar que Dila tenha inúmeras histórias para contar das viagens que fez para ver os ídolos. Algumas quase terminam em tragédia, mas a maioria rendeu boas fotos e risadas, garante a roqueira.
of Rock’ e recebeu o apelido de ‘suporte de latinha’
(Foto: Arquivo Pessoal)
“Teve um ano que eu e uma amiga viajamos três vezes em um único mês. Foi Judas Priest e Whitesnake em um fim de semana, Scorpions no outro e, no seguinte, Megadeath. A gente viajava na sexta, voltada na segunda de manhã e já ia do aeroporto direto para o trabalho. Foi uma loucura, mas foi uma delícia”, lembrou.
A última experiência rendeu uma fratura na mão direita da contadora. “Eu escorreguei em casa e me apoiei na parede para não cair. Fraturei a mão e tive que engessar, mas viajei pro Monsters of Rock mesmo assim, dez dias depois. Eu tinha muita dor, mas, na hora, não senti nada”, contou.
O gesso ainda virou motivo de risada durante a festa. “Meu braço foi engessado de um jeito engraçado e as pessoas riam, diziam que aquele era meu suporte de latinha, porque a mão encaixava direitinho. Foi o de menos para mim”, relatou ela, que tirou o próprio gesso para embarcar para o Hellfest no mês seguinte. “Eu não conseguia mexer os dedos, mas não me atrapalhou em nada. Curti muito”, afirmou.
“Let’s Rock!”
Dila já passeou por diversos estilos do rock, mas segundo ela, seu coração é do ‘Trash Metal’. “Rush foi o melhor show que eu já vi. Me emocionei muito e quero ver mais vezes. A verdade é que eu choro mesmo com o ‘trashão’, com Slayer ou Anthrax. Meus amigos me questionam: ‘Dila, mana, como é que tu consegues chorar com esse latido de cachorro?’ Eu não sei. Para quem gosta é muito fácil absorver a sensação que as músicas querem passar”, justificou.
Apesar de ter visto muitas bandas mais de uma vez, a rockeira garante que está longe de enjoar. “Esse negócio de enjoar varia muito de banda para banda. Por exemplo, o ‘Judas’ eu já vi cinco vezes e veria mais uma. Metallica eu vi três vezes e já não assistiria a quarta, porque os novos álbuns já não me atraem. Iron Maiden é uma banda que eu vou ver até acabar”, disse ao G1.
Dila já está de “malas prontas” para ver o Pearl Jam, em São Paulo, em novembro deste ano. Sobre até quando pretende seguir a rotina de shows, ela foi enfática. “Até quando eu ficar velha. Não penso em parar tão cedo. Eu saio de um show desses e a sensação é de adrenalina pura. Bate uma vontade enorme de viver tudo de novo. Eu já volto falando ‘Eu vou de novo, vou fazer mais uma vez, e mais outra’. É um entusiasmo que vicia. Eu me sinto realizada”, completou.
Fonte: Jamile Alves Do G1 AM