O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) afirmou, no final da tarde desta segunda-feira (22) em entrevista coletiva, que a delação premiada realizada pelo empresário Joesley Batista, dono da empresa JBS, foi feita com base em ‘suposições’ e que os incentivos fiscais concedidos pelo Estado de Mato Grosso do Sul são legais. O tucano também ressaltou que só recebeu do empresário a doação para a campanha eleitoral feita através do PSDB Nacional.
No trecho de 13 minutos da delação, Wesley Batista fala, especificamente, sobre a existência de um esquema de pagamento de propina para os governadores de Mato Grosso do Sul. Conforme explicou, o esquema teria começado ainda na gestão de José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, em 2003, passando por todo o mandato duplo de André Puccinelli e continuando agora, com Reinaldo Azambuja.
O secretário de Estado de Fazenda e deputado federal licenciado, Márcio Monteiro (PSDB), também negou envolvimento em qualquer esquema que seja. “Não tenho nada a ver com as alegações dessa delação. A prova da legalidade da venda de gado que fiz ao grupo JBS são as notas por mim emitidas junto com as GTAs (Guias de Trânsito Animal) e a Nota Fiscal de Entrada, emitida pelo próprio frigorífico do grupo”, disse.
Outro nome citado na deleção de Batista foi o do assessor especial do Governo do Estado, Nelson Cintra. Em sua defesa, ele alegou que todo o gado vendido à JBS saiu de sua propriedade, Fazenda Santa Lúcia, no município de Porto Murtinho, com GTA e nota fiscal de venda, depois comprovada com Nota Fiscal de Entrada, como exige o fisco. “Como se vê, não tenho o quê esconder. O que me assusta é uma alegação falsa, lançada á público como se fosse um crime”, lamentou, afirmando ainda que, pelos danos morais causados, vai exigir reparação.