Raquel Dodge assume a Procuradoria-Geral da República
Por André Farinha Publicado 18 de setembro de 2017 às 08:51
Nomeada pelo presidente Michel Temer, Raquel Dodge assumiu o comando do Ministério Público Federal (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Pela primeira vez a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Conselho Nacional do Ministério Público serão chefiados por uma mulher. A nova procuradora, Raquel Dodge, foi empossada no cargo na manhã desta segunda-feira (18), em uma cerimônia que contou com a participação do presidente da República, Michel Temer (PMDB). Os dois assinaram o termo de posse.

No discurso, Dodge falou sobre a responsabilidade dos gestores públicos em gerenciar o dinheiro público de forma honesta. Sobre a corrupção, falou do dever do Ministério Público em fiscalizar e ainda citou uma frase do Papa Francisco. “A corrupção não é um ato, mas uma condição, um estado pessoal e social, no qual a pessoa se habitua a viver.”, disse a nova procuradora.

Ela também afirmou que o Poder Executivo e o Congresso Nacional jamais deixarão de dar apoio ao Ministério Público, em especial recursos para o prosseguimento das investigações em curso. “A situação continua difícil, pois [os brasileiros] estão expostos à violência e à insegurança, recebem serviços públicos precários, pagam impostos elevados, encontram obstáculos no acesso à Justiça, sofrem os efeitos da corrupção, têm dificuldade de se auto-organizar, mas ainda almejam um futuro de prosperidade e paz social.”.

Raquel Dodge substitui o ex-procurador Rodrigo Janot, que não concorreu para um terceiro mandato, encerrando a sua ‘gestão’ no domingo (17). Ele não compareceu a posse da substituta. Janot esteve no cargo de 2013 a 2017 e realizou 242 pedidos de abertura de inquérito, 98 pedidos de busca e apreensão, de interceptações telefônicas e quebras de sigilo bancário e 66 denúncias foram enviadas à Justiça (inclusive duas contra o presidente Temer).

A nova procuradora-geral da República é membro do Ministério Público Federal desde 1987. Ela foi indicada na lista tríplice enviada ao presidente da República após eleição da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). Raquel foi a segunda mais votada, ficando atrás de Nicolao Dino. Em julho, foi aprovada pelo plenário do Senado por 74 votos a 1 e uma abstenção. Ela tem como vice-procurador-geral da República, Luciano Maris Maia, então subprocurador-geral da República.