Programa Rota do Sabor quer impulsionar a agricultura da Capital
Por André Farinha Publicado 1 de junho de 2017 às 15:59
João Carlos Polidoro, presidente da ACICG (Foto: Reprodução)

Com o objetivo de organizar a produção rural na Capital, reduzir a evasão de Produto Interno Bruto (PIB) e, especialmente, gerar emprego e renda no campo, será lançado na sexta-feira (02) o programa Rota do Sabor. O projeto, desenvolvido pela Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), pretende inovar o setor produtivo por meio da profissionalização de pequenos produtores rurais.

O Rota do Sabor fará com que a produção agrícola seja toda absorvida pelo próprio município, garantindo a circulação do dinheiro na Capital. Segundo o presidente da ACICG, João Carlos Polidoro, o programa começou a tomar forma em Janeiro. “Nós iniciamos um diálogo com a associação de moradores e a Sedesc, que apresentou alternativas para a comercialização? da produção local. A Uniderp entra com o suporte técnico aos produtores, orientando-os em relação a práticas de cultivo e análise de solos”, disse.

Parceira do programa, a Uniderp prestará assistência técnica a 13 propriedades, por meio do curso de Agronomia. Durante o lançamento, serão apresentadas as ações na primeira etapa de trabalho. “Neste primeiro momento, acadêmicos e professores realizarão a análise de solo das propriedades, um serviço que permite conhecer em detalhes e as características do terreno e com isso direcionar as decisões para melhorar a produtividade, como exemplo na escolha do adubo e que quantidade deve ser aplicada. Vamos acompanhar a produção de hortifrúti até o momento da colheita, orientando sobre como tornar as atividades da agricultura familiar ainda mais sustentáveis”, explica a coordenadora de Agronomia da unidade Agrárias, Graziella Ribeiro Brum.

Durante o desenvolvimento do programa, os participantes serão acompanhados de perto por todos os parceiros envolvidos. “A proposta discutida define que o acompanhamento dos resultados será feito de forma constante, tanto em termos de produção com qualidade e frequência, como com relação à comercialização. Afinal, se temos o mercado local e as condições para produzir, não há nenhuma justificativa para continuarmos aceitando passivamente o fato de que os recursos do município gerem empregos, renda e tributos em outros estados, enquanto necessitamos de investimento local para promover o nosso desenvolvimento”, explica o economista-chefe da ACICG, Normann Kallmus.

Kallmus reforça ainda a importância do programa para a economia de Campo Grande. “Atualmente a produção agrícola do município é responsável por menos de 4% dos volumes comercializados na CEASA. O resultado é que, se considerarmos somente os 11 produtos mais importantes, estamos comprando de outros estados o equivalente a R$200 milhões por ano. Para que se tenha a dimensão do problema, o PIB do agronegócio em 2016 foi de R$220 milhões, ou seja, poderíamos quase dobrar o PIB do setor primário se houvesse produção local”, afirma.

??Luiz Fernando Buainain, secretário do Desenvolvimento Econômico e de Ciência e Tecnologia de Campo Grande, disse que o Rota do Sabor pode ser expandido para outras regiões da cidade. “Esse será o projeto piloto, que desenvolverá o conceito para ser expandido pelo município, visando inicialmente o mercado local e depois, o excedente para industrialização.? Existem vários projetos em torno desse mesmo tema que serão colocados em funcionamento a partir do evento do dia 2. Entre as próximas regiões a serem avaliadas para participar do programa estão os distritos de Anhanduí e Rochedinho”, antecipa.

Realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedesc), universidade Uniderp e a Associação dos Moradores da Chácara das Mansões (AMCM), o programa será lançado às 7h30min, na Colônia de Férias da ACICG, localizada na Rua Mascote, s/n – Bairro Chácara das Mansões.