Profissionais do estado são capacitados em Psicoterapia na população indígena
Por Redação Publicado 20 de setembro de 2017 às 09:30

No Setembro Amarelo dedicado à prevenção do suicídio, psicólogos, assistentes sociais, médicos e enfermeiros estão sendo capacitados para discutirem e desenvolverem diferentes abordagens com a população indígena de Mato Grosso do Sul, considerando as diferentes etnias.

A capacitação está sendo realizada entre os dias 18 e 22, no Hotel Chácara do Lago, em Campo Grande, conta com a participação de 40 profissionais do estado e as palestras são ministradas pela psicóloga Fabiane Vick, médico etnopsiquiatra Carlos Coloma, psiquiatra José R. Martinez, psicólogo Weslley Leão (DSEI-Araguaia), a presidente da Comissão  de Saúde do Conselho Regional de Psicologia 14ª Região Marilene Kovalski, psicólogas e assistentes sociais do polo base.

A capacitação se baseia na constatação de que os problemas de saúde mental apresentam perfis de morbidade e mortalidade diferentes quando comparadas as etnias. Entre os Guarani-Kaiowá foram observados alto número de casos de agressão e autoagressão expressadas nas taxas de homicídio e suicídio, que demonstram caráter endêmico.

“Especificamente com os Guarani-Kaiowá, que é a população indígena que mais comete suicídio em todo o território brasileiro, Os maiores índices ocorrem entre jovens de 10 a 19 anos, por causas econômicas, sociais e culturais. A questão do choque cultural é um fator que contribui bastante, a falta de perspectiva de vida nesses jovens. Essas aldeias, especificamente no Mato Grosso do Sul, estão muito próximas dos centros urbanos. Além da questão da pobreza, que infelizmente tem impacto direto porque as famílias entram em crises. Existe também ausência dos pais dentro da dinâmica familiar, em função de terem que ir em busca de um emprego e essas crianças muitas vezes ficarem abandonadas”, conforme constata Fabiane Vick.

A capacitação  está voltada para a prevenção e intervenção das tentativas de suicídio, buscando soluções para as diferentes dificuldades na prática profissional dos psicólogos, com o desenvolvimento de ações integradas de ação (diagnósticos da situação observada e sentida pelos jovens), prevenção (trabalho com grupos de crianças, jovens, adultos e família) e intervenções psicoterapêuticas pessoais.

As observações realizadas desde o ano 2000 indicam tendência de diminuição nas taxas de suicídio, especialmente a partir dos últimos 10 anos com a incorporação específica de profissionais psicólogos em conjunto com assistentes sociais e com o aumento no número de contratações desses profissionais, que permitiram abranger maior população indígena.