Professores indígenas vão às ruas por direitos e contra reformas
Por Redação Publicado 5 de abril de 2017 às 14:10

Dourados adere à Marcha Nacional pela Educação Escolar Indígena. Professores de comunidades tradicionais, com o apoio de entidades, foram às ruas esta manhã por direitos e contra as propostas de reformas trabalhista e da Previdência Social, bem como por maior agilidade na demarcação de terras, que não sai do papel para a maioria das comunidades. Indígenas de várias etnias de 17 municípios do Cone Sul engrossam o movimento que reúne várias instituições no centro da cidade.

Em entrevista ao DouradosAgora, o professor caiuá, Anastácio Peralta, graduado em Ciências Sociais (Faind-UFGD) e que presta consultoria à Secretaria Municipal de Educação, disse que o grupo deve aprovar ainda hoje um documento que será encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Governo, contendo propostas contra o movimento político que, segundo enfatiza, vai desestabilizar o setor trabalhista e arruinar a vida dos aposentados, inclusive os indígenas cujo trabalho depende do campo.

Os manifestantes também reivindicam mais recursos para a Educação Indígena. “Hoje temos uma média de dois mil estudantes guaranis, cauiás e terenas fora das salas de aula em Mato Grosso do Sul”, diz Anastácio Peralta. Segundo ele, o setor necessita de estrutura eficiente para a educação dessas crianças e jovens indigenas, no Estado.

O protesto pacífico, realizado com o apoio do Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação (Simted) e comunidade acadêmica da Cidade Universitária, saiu da Avenida Marcelino Pires e se concentra agora na Praça Antônio João, centro de Dourados.

“O povo brasileiro precisa acordar. O direito que tínhamos no passado, estamos perdendo no presente. Temos que lutar contra isso”, enfatiza o professor caiuá Anastácio Peralta que esteve na redação do DouradosAgora com o rosto pintado e com cocar na cabeça para mandar uma mensagem de que o povo indígena está atento quanto às propostas que, segundo enfatiza, vão piorar a vida do brasileiro.

“A nova regra de aposentadoria vai tirar o espaço do jovem e nós não temos saúde suficicente para trabalhar com tanta idade”, observa Anastácio, que é cientista social.

Fonte: Dourados Agora