Ricardo matou Adriano com cinco tiros em discussão de trânsito
O policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, de 47 anos, não é visto desde que foi libertado pela Justiça, na noite do último domingo (1º). O agente matou o empresário Adriano Correia Nascimento, de 32 anos, no dia 31 de dezembro durante briga de trânsito, na Avenida Ernesto Geisel, na Capital.
Depois que a ordem do juiz plantonista José de Andrade Neto para que o policial deixasse a sede da Delegacia Especializada na Repressão de Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras) foi expedida, Ricardo saiu da cela da delegacia e não teve mais contato com a Polícia Civil ou com o advogado que o representou no momento do flagrante.
O advogado Márcio Messias de Oliveira não representa mais o policial no caso e afirma que ele ainda não constitui advogado para representá-lo no processo que tramita no judiciário. “Só acompanhei o flagrante. Ele ainda não definiu advogado”, esclarece. Desde então, Oliveira não chegou a ligar para Ricardo e nem foi mais procurado por ele.
Questionado, o advogado disse que por questões éticas profissionais não poderia informar quem o indicou como defensor para o policial. Ele também não quis dar detalhes sobre o que o cliente falou.
“É difícil falar algo a respeito. Ele teria que responder, mas acho que não está em condições”. O advogado disse que apenas ficou sabendo que o policial teria consulta médica agendada, sem precisar detalhes.
A delegada responsável pelo caso, Daniela Kades, que até ontem não descartava que o PRF possa ter cometido o crime em legítima defesa, também não sabe onde está Ricardo. Ao Portal Correio do Estado, a delegada se limitou a dizer “não” quando foi questionada sobre o paradeiro do policial ou sobre novo depoimento do PRF.
A reportagem também foi nesta manhã ao condomínio onde o PRF mora, no bairro Monte Castelo, mas o policial também não foi encontrado no endereço. Vizinhos disseram à reportagem que não viram o policial recentemente no apartamento. (Colaborou Bruna Aquino)
O CASO
O empresário Adriano Correia foi morto por um policial rodoviário federal após briga de trânsito no dia 31 de dezembro, no Centro de Campo Grande, atingido por cinco disparos, segundo a perícia. Ele sofreu duas perfurações no tórax, uma na costela e outra no braço direito. O crime aconteceu enquanto vítima e dois familiares retornavam de uma casa noturna onde foram comemorar aniversário.
Informações da Polícia Civil apontam que Ricardo Moon teria disparado pelo menos sete vezes. O caso ocorreu na Avenida Presidente Ernesto Geisel, entre a Rua 26 de Agosto e a Avenida Fernando Corrêa da Costa, quase em frente à Capela da Pax Mundial. No cruzamento da 26 com a Ernesto Geisel, peritos apreenderam sete cápsulas de pistola, e mais uma perto do veículo da vítima.
Adriano era proprietário do Madalena Restaurante e de uma unidade do Sushi Express. Ele estava na casa noturna com dois homens da família antes de ser morto. De acordo com testemunhas, por volta das 5h50, ele e os acompanhantes seguiam em uma caminhonete Toyota Hilux pela Ernesto Geisel, quando perto do cruzamento com a Avenida Afonso Pena supostamente teriam fechado a Mitsubishi Pajero ocupada pelo PRF. Este, por sua vez, estaria indo para o trabalho e não gostou da situação. Por isso, perseguiu Adriano e os demais para tirar satisfações.
A assessoria da PRF em Mato Grosso do Sul afirmou que, na versão do policial preso em flagrante, ele teria tentado abordar a caminhonete Toyota Hilux conduzida por Adriano Correia, que teria desobedecido e avançado com o veículo na direção do agente. Diante da ocorrência, o policial, que dirigia uma Mitsubishi Pajero, teria perseguido a vítima e efetuado os disparos em seguida.
Fonte: Correio do Estado