Após ser preso tentando fugir para a Bolívia, em Corumbá, na tarde de quarta-feira (04), o ex-militante Cesare Battisti pode, enfim, retornar a Itália, seu país de origem. Nesta quinta-feira (05), o governo italiano afirmou que retomou as negociações com o Brasil para conseguir a extradição do prisioneiro, que está refugiado no país desde 2007. O sujeito é condenado à prisão perpétua por quatro homicídios ocorridos na década de 1970.
Pela rede social Twitter, o ministro das Relações Exteriores da Itália, Angelino Alfano, afirmou que a Itália está trabalhando com o governo brasileiro para conseguir a extradição de Cesare Battisti. Em uma mensagem, ele disse que se reuniu com o embaixador italiano no Brasil, Antonio Bernardini, para estudar o caso e encontrar uma alternativa. “Continuamos o trabalho iniciado com as autoridades brasileiras”, postou.
Cesare Battisti foi preso em Corumbá, em um táxi, tentando deixar o Brasil com mais de R$ 10 mil em dinheiro de espécie, entre Euros e Dólares. O montante não foi declarado à Polícia Federal, o que configurou o crime de evasão de divisas. Ele prestou depoimento na Delegacia da Polícia Federal de Corumbá, onde permanece alojado até que a Justiça federal em Mato Grosso do Sul decida se poderá pagar fiança para ser solto.
Ex-integrante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo, Battisti, hoje com 62 anos, fugiu para o Brasil em 2004, onde viveu na clandestinidade até 2007. Ele ficou detido por quatro anos antes de ser posto em liberdade, em junho de 2011. Antes, em 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou sua extradição para a Itália, porém, a decisão foi negada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que assegurou o refúgio político ao italiano.