Preso em Corumbá, Cesare Battisti cometeu o crime de evasão de divisas
Por André Farinha Publicado 4 de outubro de 2017 às 18:14
Cesare Battisti (Foto: Ivan Trindade/FST2012)

O italiano Cesare Battisti, capturado nesta tarde (04) enquanto tentava atravessar a fronteira da Bolívia, foi preso pelos agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) ao cometer o crime de evasão de divisas. O italiano, que foi condenado à prisão perpétua no seu país e desde 2004 está refugiado no Brasil, estava em um veículo particular, tendo outras duas pessoas como acompanhantes, e portava US$ 5 mil e 2 mil euros em espécies.

Durante uma blitz de rotina, a PRF abordou o veículo em que o grupo estava no Posto Guaicurus, na BR-262, e os agentes reconheceram o estrangeiro. Por se tratar de região de fronteira, os policiais rodoviários comunicaram a Polícia Federal, que realizou o acompanhamento do veículo até a divisa entre o Brasil e a Bolívia, no posto de fiscalização Esdras. Em seguida, ele foi encaminhado a Delegacia de Polícia Federal, onde prestou depoimento. O italiano é acompanhado pelo seu advogado, Maarouf Sahd.

De acordo com a PRF, Battisti foi detido no momento em que tentava sair do Brasil em um táxi boliviano. O crime de evasão de divisas se configura quando uma pessoa envia valores para o exterior sem a devida declaração a autoridade competente. Segundo a Receita Federal, qualquer pessoa que esteja cruzando a fronteira do Brasil com mais de R$ 10 mil em espécie, seja em moeda nacional ou estrangeira, precisa fazer uma declaração chamada “Bens de Viajantes”.

Cesare Battisti foi condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos nos anos 70, quando integrava o partido Proletário Armados para o Comunismo, grupo de extrema esquerda da Itália. Ele fugiu da Itália e, em 2004, veio para o Brasil. Foi preso em 2007, e em 2009 o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a extradição, que foi negada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010, no último dia de seu governo.

Na semana passada, os advogados entraram com pedido de habeas corpus no STF para tentar impedir eventual extradição, deportação ou expulsão do Brasil. Em 2015, Battisti se casou com uma brasileira e o casal tem um filho, que segundo a defesa, “depende econômica e afetivamente dele, o que impede sua expulsão”.