Prefeitura paralisa conselho e trava investimentos de 200 empresas
Por Redação Publicado 9 de setembro de 2016 às 13:38

Mais de 200 empresários com projetos de investimentos em Campo Grande, vão ter que esperar o fim das eleições para obter uma resposta do Codecon (Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico). O órgão ligado a prefeitura é responsável por analisar os pedidos e conceder benefícios fiscais às empresas, mas não realiza reuniões desde abril.

As reuniões entre os conselheiros e empresários são essenciais para o andamento dos projetos. Porém, em abril a data foi adiada várias vezes e com a saída da então presidente do Codecon,Dharleng Campos, que também era titular daSedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico), que se afastou para disputar aseleições, não foram marcadas novas reuniões.

O prefeito e candidato à reeleição, Alcides Bernal (PP), justifica que as reuniões pararam após ele receber várias notificações com relação a projetos que estavam em tramitação e alguns já aprovados pelo Codecon, com problemas.

“Fizemos uma auditoria e constatamos que muitas empresas estavam trabalhando de forma ilícita. Algumas que receberam benefícios fiscais, deram o imóvel como garantia de financiamento para bancos, outras empresas receberam terrenos da prefeitura e abandonaram. Essa auditoria demandou tempo, por isso as reuniões do conselho pararam. Já identificamos essas empresas e enviamos a denúncia ao Ministério Público”, alega.

Uma indústria que aguarda avaliação do Codecon é a Solar, grupo espanhol para produção de luminárias de Leds para vias públicas. Conforme Bernal, a previsão é de geração de mais de 200 empregos diretos além dos indiretos, com investimento de R$ 30 milhões.

Além dela, mais 187 empresas aguardam avaliação dos projetos entregues ao Codecon para se instalarem ou ampliarem as atividades. “Temos também mais 30 empresas que estão preparando documentos para apresentar o pedido do Prodes (Programa de Desenvolvimento Econômico e Social de Campo Grande) para que também sejam avaliadas pelo conselho”, informa Bernal.

Segundo o prefeito, as reuniões do Codecon voltarão ao normal após as eleições. “Não temos nenhuma dificuldade de ceder áreas públicas para empresas que vão gerar emprego e renda para a nossa Capital, agora o que não posso fazer, é entregar essas áreas para empresa que vão sumir com o dinheiro e deixar o local penhorado”.

Consequências – De acordo com o economista e presidente do Corecon (Conselho Regional de Economia de MS), Thales de Souza Campos, esses atrasos nas aprovações de projetos geram consequências para a Capital, já que há deficiência em empregos.

“O processo de desenvolvimento de uma cidade como Campo Grande depende das instalações de empresas, independente do setor, seja industrial ou comércio e concedendo benefício ou não, é preciso que o conselho analise a empresa que vai se instalar na cidade”, afirma.

Ainda segundo o presidente, um setor parado impossibilita novos investimentos. “Não gerar empregos é algo dramático, mas fechar vagas de trabalho é drástico. O Codecon não deveria ser vinculado à política, pois o desenvolvimento da cidade depende de empresas que geram empregos. Esses empresários podem cansar de esperar e resolverem investir em outra cidade”.

Fonte: Campo Grande News