O CONSELHO É DE WARREN BUFFETT: ESQUEÇA A CONCORRÊNCIA
Aos 69 anos, Walter Kiechel é uma enciclopédia ambulante de negócios: foi editor da revista Fortune e da Harvard Business Publishing e escreveu livros como Os Mestres da Estratégia (editora Campus, 2011), sobre as “mentes brilhantes que inventaram o pensamento estratégico”. Num artigo recente para o site da Harvard Business Review, ele se lembra de um antigo encontro com o multimilionário Warren Buffett, então muito satisfeito com a compra de um jornal na cidade de Buffalo, no estado de Nova York. O motivo era simples: não havia concorrência. Foi então que um dos maiores símbolos de empreendedorismo da história confessou a Kiechel que detestava competição nos negócios – e ainda acrescentou que é um sentimento comum a todo bom homem de negócios.
A ideia de Buffett, que Kiechel compreendeu e passou a defender, é que, embora seja difícil encontrar um ramo empresarial sem concorrentes, é possível e desejável deixar de lado o sentimento de competição. Isso faz bem não só para a saúde, mas para o negócio também, diz Kiechel. Se a fixação por derrotar os “adversários” se tornar objetivo prioritário, um desempenho indesejado pode levar ao sentimento geral de autodepreciação dentro da empresa, à caça às bruxas na equipe e, principalmente, a deixar para trás os focos principais do negócio.
“Você ou os fundadores de sua empresa entraram nisso para conseguir participação, cortar custos e expor os colegas?”, pergunta Kiechel no artigo. “Espera-se – pelo menos no caso das melhores companhias – que outras ambições estejam em jogo, como talvez criar o melhor produto e cultivar uma saudável obsessão pelos consumidores e clientes. Em outras palavras, concentrar o foco em alguém a quem servir, não derrotar.”
Fonte: Revista Época