Pesquisa prevê alta no confinamento bovino no Brasil em 2016
Por Redação Publicado 9 de agosto de 2016 às 20:32

O volume de gado confinado em 2016 pode aumentar cerca de 2% em relação a 2015, quando foram confinados 731.120 animais – para esse ano, a projeção é de que 745.742 cabeças seja confinadas

Os dados são de uma pesquisa da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon) realizada em março de 2016, junto aos seus associados. Outra pesquisa, no entanto, aplicada no final de 2015, mostrou intenção de queda de 3,52% na produção de animais confinados para 2016.

O gerente executivo da Assocon, Bruno Andrade, destacou que as duas pesquisas foram realizadas com grupos distintos de propriedades. A pesquisa de março, segundo ele, evidenciou a dificuldade do produtor para cumprir sua meta de confinamento esse ano. Embora a expectativa seja terminar 746 mil animais em 2016, os projetos pecuários entrevistados contam com apenas 52% dos animais para cumprir essa meta. Os 48% restantes incluem animais que precisam ser comprados, fechados via parceria, boitel ou aguardam definição do produtor em terminá-lo em confinamento ou em outro sistema de produção.

Quanto ao custo de produção da arroba engordada no confinamento em março de 2016, houve uma elevação de 23% em relação a março de 2015. O retorno/animal projetado para o primeiro semestre é negativo, na ordem de uma arroba por animal, considerando todos os insumos de produção a preços de mercado. O gerente executivo diz ainda que a Assocon observa que entre os entrevistados houve importante oscilação em relação à intenção de confinamento para 2016.

Sendo que algumas propriedades de pequeno porte pretendem dobrar sua produção, entretanto seu impacto no volume total é limitado. Em contrapartida, grandes unidades de engorda do Centro-Oeste estimam redução de até 60% na intenção de confinamento para 2016. Também foi possível observar na pesquisa da Assocon que alguns empreendimentos médios e grandes pretendem ampliar o confinamento para 2016, porém isso é considerado um movimento de poucos projetos pecuários. Alguns desses confinamentos estão localizados nos estados do Pará, Maranhão e Bahia e apresentam pretensão inicial de crescimento acima da média. Nesses casos, são projetos de produção em ciclo completo, que não compreendem somente a fase de terminação em confinamento.

A pesquisa mostra ainda que é necessário considerar que muitos projetos de engorda intensiva a pasto, engorda a pasto ou semiconfinamento foram estabelecidos na região Centro-Oeste e Norte em detrimento do uso do confinamento. Esses sistemas alternativos caracterizam-se por ter custo de produção mais baixo. Entretanto, a suplementação utilizada nesses sistemas pode chegar a até 1,8% PV (Peso Vivo), se assemelhando, em parte, com o confinamento.

Portanto, de acordo com os dados apresentados, a Assocon recomenda que a expectativa de alta de 2% da produção de gado confinado seja monitorada de perto devido as condições de mercado e margens estreitas, tendo em vista que isso pode resultar no aumento de animais se-mi-confinados, pois é possível ter mais animais produzidos sob o sistema intensivo (considerando semiconfinamento).

Fonte:Portal do Agonegócios