Parece que foi ontem. Até pouco tempo, a música eletrônia era mantida longe de qualquer coisa que carregasse o rótulo de rock, por mais abrangente que seja o estilo musical nestes tempos. Pois veio o Rock in Rio em 2001 e criou a tenda eletrônica, atendendo ao desejo de uma juventude globalizada que não se satisfazia mais com apenas um tipo de entretenimento musical.
Os anos se passaram, a tenda virou palco e já deixou de ser mero anexo do evento. E este ano não fará feio, trazendo alguns dos nomes que tem feito as “headlines” da imprensa especializada ao redor do mundo. Pense no feminismo da DJ americana Black Madonna, aos 39 anos sendo celebrada com o prêmio de DJ do ano pela “Mixmag”, ano passado, depois de passar boa parte da juventude vendendo mixtapes em raves. O Brasil poderá ver um dos nomes mais badalados da cena mundial, talvez a artista que melhor encarne a era que vivemos, no dia 15 de setembro.
Outra parada dessa viagem rolará no dia 19, quando a noite será encerrada pelo veterano Robert Owens, em esquema de live PA. Se você conhece Rick Owens, certamente se lembra do que é um live PA. É mais ou menos o que boa parte dos novos produtores anda fazendo nas festas aí, construindo suas próprias produções ao vivo, ali, na frente do público, sobre bases pré-gravadas. Owens fez muito isso nos anos 90, quando ganhou espaço entre a realeza da house. Você sabe, aquelas pessoas que dizem “a” house e não “o” house.
Viagem tem que ter novidade e a do Rock in Rio é bem sortida. Já ouviu “Gratity”, novo hit da dupla carioca Cat Dealers? Em caso negativo, vá agora ao Youtube e junte-se aos mais de 2 milhões que já deram clique no videoclipe. De quebra, os rapazes ainda levaram o troféu de Revelação no último Rio Music Conference. Não é pouca coisa para quem começou a brincar de produzir no quarto de casa, literalmente um caso de “bedroom DJs” que deram certo.
Agora, gritaria mesmo você vai ouvir é no dia 24. É quando toca o fenômeno brasileiro Vintage Culture, também conhecido como Lukas Ruiz, nascido no Paraguai e criado no Mato Grosso do Sul. Aos 23 anos, é um dos DJs do momento no país e seu eu fosse você correria agora para o seu serviço de streaming favorito e dava uma busca no som “room-encontra-deep” do rapaz. Você vai entender tudo.
Fonte: O Globo