
Há dois anos, pernambucana chegou a tentar se matar duas vezes, mas conseguiu sair do fundo do poço e agora comemora ótima fase no Mundial de Kazan
Subir no bloco de largada, pular na água, nadar e sair da piscina feliz com qualquer que seja o resultado. Joanna Maranhão recuperou a alegria em praticar o esporte. Joanna Maranhão recuperou a alegria em viver. A redescoberta não foi fácil. Há dois anos, passava pelo momento mais obscuro de sua vida. Foi ao fundo poço ao descobrir e se culpar por uma dívida bancária da mãe no valor de R$ 400 mil. Desesperada, a pernambucana de 28 anos, que também lutava para se recuperar do trauma dos abusos sexuais sofridos na infância, chegou a tentar duas vezes colocar fim ao sofrimento atacando contra a própria vida. Hoje, no Mundial de Kazan, comemora o recomeço e a realização em voltar a encontrar motivos para sorrir com os pequenos detalhes do dia a dia.
– Eu não tinha coragem de fato para acabar com a minha vida, mas era um pedido de socorro. Foi muito bom ter ido nem ao fundo do poço, mas ao subsolo. Tive contato com a pior versão de Joanna. Isso me ajudou a estar aqui hoje e valorizar a vida como eu valorizo hoje – afirmou a nadadora, que na infância sofreu abusos sexuais de seu treinandor na época.
A Joanna Maranhão de Kazan nem de longe lembra a de Barcelona, em 2013. No último Mundial, a pernambucana vivia o momento mais difícil de sua vida. Lutando contra uma grave depressão, chegou a ter uma crise de pânico antes de uma das provas. A nadadora não aguentou a pressão que ela mesma havia colocado sobre si para ter bons resultados na Espanha e, assim, atrair patrocínios para diminuir a dívida de sua mãe.
Quando a nadadora saiu do Minas Tênis Clube, em 2011, decidiu formar sua própria comissão técnica. A estrutura foi bancada pela família e por amigos. O trabalho deu frutos, mas também prejuízo. A classificação para as Olimpíadas de Londres 2012 saiu. Só que a conta disso acabou ficando muito cara. Outros gastos, como os com a faculdade, ainda agravavam mais a dívida. Joanna teve conhecimento da real situação quando a quantia já estava em mais de R$ 400 mil.
– Vocês viram ali que em Barcelona eu estava muito mal de cabeça. Eu sabia que tinha uma dívida muito grande, mas não sabia de quanto era. Quando mainha falou que era uma dívida de banco de R$ 412 mil, pensei: “Pô, a culpa é minha. Não quero mais isso e não quero fazer mais com que eles passem por isso” – explicou Joanna, que chegou a anunciar a aposentadoria no início de 2014, mas voltou atrás seis meses depois.
Fonte: Spotv