“Nada Consta”: Livro de Danilo Nuha é lançado
Por Ariel Moreira Publicado 17 de abril de 2017 às 17:13

A exigência de uma conduta social irreparável, sem manchas no currículo, nem registros de autuações policiais, foi o tema do título do livro do jornalista campo-grandense Danilo Nuha, o Japa, abandonado em 1981, logo após o nascimento, na porta de um bar na Travessa José Bacha, localizada ao lado do Mercado Municipal de Campo Grande e situada entre as ruas 15 de Novembro e 26 de Agosto. “Nada Consta”, o título da obra literária, traz a história desse bebê abandonado quando jovem e depois adulto, com pinceladas de biografia, música e ficção e de seus contatos com artistas brasileiros de renome nacional, que conheceu no Rio de Janeiro.

Segundo Japa, que foi adotado pela família proprietária do bar onde foi deixado, nunca conseguiu saber quem foram seus pais verdadeiros, mas que se sentiu gratificado em conviver com a família adotiva até os 16 anos na Capital, estudando e ajudando nos afazeres do estabelecimento comercial. De sua experiência, levou o carinho dos pais adotivos, dos familiares que compareceram à noite de autógrafos, dos tios e primos que o abraçaram com alegria pelo segundo trabalho literário concluído e lançado em meio a personalidades da literatura, da música e da cultura campo-grandense.

A capa de “Nada Consta” já chama a atenção pela informação de que o livro traz a incrível história de um bebê abandonado na porta de um boteco, que virou jornaleiro, operário e se envolveu com drogas no Japão, que virou contrabandista e se transformou em jornalista e boêmio no Rio de Janeiro, onde conviveu com artistas como João Donato e até mesmo Roberto Carlos. E mesmo pela convivência atribulada, Japa afirma que sua vida sempre foi pautada pelo “nada consta”, um atestado negativo de antecedentes criminais.

Vivendo no Japão por seis anos e de volta ao Brasil, Danilo passou ao convívio com artistas brasileiros quando se estabeleceu em Copacabana, no Rio de Janeiro, em 2009 e passou a vender livros e discos e onde conheceu os artistas que se transformaram em seus amigos e elogiam seu trabalho literário, como o caso de Milton Nascimento, que o conheceu em Tóquio, antes de um show. “Marcaram uma entrevista e apareceu esse tal de Nuha, com aquela cara dele, meio índio, meio japonês, paraguaio e sei mais lá o quê… três anos depois o encontrei no Beco das Garrafas, em Copacabana, vendendo discos e contando histórias”, afirma Milton Nascimento, que prestigiou a noite de autógrafos na Capital.

Para Caetano Veloso, a história de Nuha é fascinante e, para o escritor Luiz Fernando Emediato, o livro é uma autobiografia, memórias com muita criatividade e imaginação. “O livro é fantástico, dá filme”, afirma. E, para o cineasta Braz Chedial, “Nada Consta” é “instigante, um ritmo vertiginoso, uma literatura despida de firulas, que vai direto ao cerne da ação exterior e interior”.

“Nada Consta” é o segundo trabalho literário de Danilo, que ele afirma ter concluído em Campo Grande, durante convívio com a família. Seu primeiro livro foi “Sonhos Guaranis – A Poesia de Paulo Simões”, lançado no final do ano passado na Capital e em Três Lagoas.

Serviço

O livro “Nada Consta” é uma publicação da Geração Editorial, de São Paulo e está disponível para venda no Café Cult, localizado na rua da Paz, 1236, no Jardim dos Estados, um espaço para estudos, cultura e literatura inaugurado na noite da última terça-feira. O telefone para informações é (67) 3253-9196.

Fonte: O Progresso