Em funcionamento desde 2008, o Museu de História do Pantanal (Muhpan) foi criado para atender à necessidade de contar um pouco da história natural e guardar a cultura presente no bioma pantaneiro. Em 22 de fevereiro deste ano, foi assinado o contrato de patrocínio que garantirá a adequação expográfica do museu. Selecionada pelo Programa Caixa de Apoio ao Patrimônio Cultural Brasileiro 2017/2018, a instituição contará com R$ 150 mil para adequações em sua estrutura.
Segundo Evandro Narciso de Lima, superintendente regional da Caixa Econômica Federal, esta é a primeira vez que o edital cultural do banco se volta para o patrimônio cultural. “É, sem dúvidas, muito importante ter esse projeto selecionado. O Muhpan desempenha um importante papel cultural na região pantaneira”, comenta o gestor. O edital, segundo Evandro, é um modo de o banco federal exercer um papel de apoiador da cultura nacional como empresa pública.
“A seleção é realizada pelo departamento nacional, o que demonstra que a iniciativa do Museu de História do Pantanal se destaca entre os projetos culturais brasileiros”, pontua o superintendente. A previsão, segundo o edital, é de que a obra seja concluída até 20 de dezembro.
O Muhpan é coordenado pela Fundação Barbosa Rodrigues (FBR) e a assinatura do contrato com a Caixa Econômica Federal foi feita pelo seu presidente, o empresário e jornalista Antonio João Hugo Rodrigues. Segundo Maria Verônica Sáfadi, coordenadora de projetos da FBR, com a aprovação, o projeto passará por algumas adequações. “O valor inicial do projeto era de R$ 300 mil. Como receberemos metade, vamos ter de hierarquizar algumas prioridades”, comenta.
Hoje, uma comissão da FBR está em Corumbá para tratar dos detalhes. Verônica adianta que pontos urgentes serão revitalizados, como parte da expografia do Muhpan, que se encontra danificada. “Isso acaba prejudicando a comunicação das informações”, afirma. Outro ponto que será consagrado na adequação é a inclusão de novos conteúdos. “Acreditamos que criaremos espaço para trabalhar questões relacionadas aos negros na região pantaneira”, argumenta.
Em cerca de oito anos e meio de atividade, o Museu de História do Pantanal recebeu mais de 63 mil visitantes, dos quais mais da metade é proveniente da comunidade local. Outros 28 mil que passaram pelo local vêm de localidades diversas. “Além da questão cultural, também há de se levar em conta a força turística que uma instituição como o museu oferece. Esse é outro fator levado em conta pela Caixa”, comenta Evandro.
HISTÓRICO
O Museu de História do Pantanal surgiu com o objetivo de ajudar a contar a história da ocupação humana na região pantaneira. Em 2000, com o Pantanal sendo decretado pela Unesco como reserva da biosfera, o Ministério da Cultura (MinC) entendeu que a região merecia sediar um museu, o que também aumentaria o potencial turístico. O projeto começou a ganhar forma nas mãos do arqueólogo Carlos Etchevarne, doutor pelo Museu Nacional de História Natural de Paris.
Dois anos depois, a Fundação Barbosa Rodrigues apresentou o projeto do Muhpan, em parceria com a Secretaria Municipal de Turismo e Meio Ambiente de Corumbá, ao MinC. Por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com recursos da Petrobras e do Votorantim, as ações para que o museu saísse do papel tiveram início em 2004.
Etapas como o restauro do edifício cedido pela prefeitura, implantação museográfica, captação de acervos, entre outras, tomaram os quatro anos seguintes, até que, em agosto de 2008, o Muhpan iniciou as atividades. Com exposições permanentes e temporárias, assim como ações educativas, o museu vem atendendo a população local de forma gratuita.
Fonte: Correio do Estado/Thiago Andrade