A estimativa é que neste ano o setor de beleza nos EUA renda aproximadamente US$ 62 milhões

As latinas que vivem nos Estados Unidos se transformaram no eldorado das empresas de cosméticos e não é para menos: elas representam uma fatia do mercado que cresce vertiginosamente, tanto em consumo como em poder aquisitivo, são mais fiéis às marcas e respondem melhor às estratégias das redes sociais.

O fenômeno é tamanho que até as artistas subiram no trem da beleza com seus próprios produtos.

“Nós latinas desde pequenas nos maquiamos, pegamos os batons de nossas mães e fingirmos ser mulher”, disse à Agência Efe Gaby Espino, estrela de telenovelas hispânicas e empresária do setor.

A estimativa é que neste ano o setor de beleza nos EUA renda aproximadamente US$ 62 milhões. Dessa polpuda quantia, 13% vem das latinas.

Uma pesquisa da emissora de televisão “Univision” e da empresa Vital Findings revelou que as latinas investem mais que o dobro em produtos de beleza que o resto das mulheres que vivem nos EUA. Por exemplo, por cada US$ 21 que uma mulher não latina gasta em cosméticos, uma latina chega a desembolsar US$ 44.

As latinas também tendem a escutar conselhos de celebridades e outras pessoas influentes. Mais de 80% dizem que se deixam levar pela opinião das pessoas que admiram nas redes sociais. E as grandes empresas de cosméticos escutaram a mensagem claramente.

A MAC Cosmetics, parte da gigante Estée Lauder, anunciou que em outubro lançará uma linha especial da cantora Selena Quintanilla, que morreu em 1995.

Já a Neutrogena tem duas atrizes mexicanas, Eiza González e Sandra Echeverría, como garotas-propaganda para o mercado latino. A CoverGirl, por sua vez, trabalha com a colombiana Sofía Vergara enquanto a L’Oréal lançou uma linha de batons e esmaltes inspirada em Jennifer López.

Para Jeannette Kaplun, diretora editorial do blog Hispana Global, é óbvio que as coisas estão mudando.

“Algo novo pode ser visto nas campanhas das empresas de cosméticos, entre as quais se incluem também a Dove e a Estée Lauder. Elas estão reconhecendo que não somos um grupo homogêneo e enfrentamos desafios diferentes quanto às nossas necessidades”, afirmou a jornalista e blogueira chilena.

Cerca de 92% das entrevistadas disseram se sentir nuas quando saem na rua sem maquiagem. O estudo também constatou que 85% das latinas usa as redes sociais para se informar sobre as novidades do setor, em comparação com 55% das não latinas.

Também são fanáticas pelos tutoriais de vídeo do YouTube. Aproximadamente 54% das entrevistadas latinas disseram seguir blogueiras, em comparação com 29% do mercado geral.

E as artistas responderam com certa velocidade à reivindicação do mercado latino. A atriz mexicana Salma Hayek lançou “Nuance”, uma linha de produtos para o cuidado da pele, e Eva Mendes, de origem cubana, também criou a sua, Circa.

Mas não é necessário trabalhar em Hollywood para fazer sucesso no mundo dos cosméticos.

A cantora de música regional mexicana Chiquis Rivera, filha de Jenni Rivera, morta em 2012, tem seus próprios produtos de cuidado da pele e maquiagem. No mesmo ramo se aventuraram as esposas dos cantores mexicanos mais famosos nos EUA, Lupillo Rivera e Larry Hernández.

Gaby Espino lançou no ano passado três linhas de beleza: dois batons e uma de esmalte. “Meu negócio nasceu a partir das redes sociais, do que meus fãs pediam”, disse a atriz, que possui quase 15 milhões de seguidores no Twitter, Instagram e Facebook.

Em maio, a rede de lojas de departamento Target estreou a campanha “Mostre o seu jeito”, a primeira do setor de moda e beleza criada especificamente para as latinas.

São pioneiros neste tipo de iniciativas, mas sem dúvida não serão os últimos. A população latina dos EUA supera 55 milhões de pessoas e as mulheres não são as únicas que se cuidam. O homem latino é também o maior comprador de produtos de beleza.

(Por Alicia Civita)

Fonte: Época Negócios