
Promotor de Justiça solicita perda do cargo público de Ricardo Su Moon
O Ministério Público Estadual denunciou, hoje, o policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, de 47 anos, por homicídio doloso, duas tentativas de homicídio e fraude processual.
Ele é acusado de ter matado a tiros o empresário Adriano Correia do Nascimento depois de ter sido fechado no trânsito. O promotor responsável pela caso solicita também investigação sobre a conduta do delegado Enilton Zalla, dos policiais militares e outros dois PRFs que foram no local do crime.
Em sua acusação, o promotor Eduardo José Rizkallah justifica o pedido de investigação do delegado e dos outros policiais, afirmando que “há indícios de terem induzido o juízo ao erro e produzisse efeito para beneficiar o acusado”. Enilton Zalla foi o primeiro delegado plantonista a atender a ocorrência, em 31 de dezembro.
No dia do crime, Ricardo Moon voltou a se apresentar na delegacia, horas depois do crime, e outro delegado plantonista, João Eduardo Davanço, encerrou o registro da ocorrência e decretou a prisão dele. No andamento do inquérito, a delegada responsável foi Daniela Kades.
Rizkallah quer ainda a perda do cargo público e quebra do sigilo telefônico de Moon, “pois consta que o PRF manteve contato através de diversas ligações telefônicas durante a ocorrência e posterior aos fatos”, sustenta a denúncia apresentada à 1ª Vara do Tribunal de Júri de Campo Grande.
O policial rodoviário federal continua preso na sede do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garras) desde dia 5 de janeiro. Em 31 de dezembro ele foi detido, mas acabou solto na noite do domingo (1º).
DEFESA
À reportagem do Portal Correio do Estado, o advogado de defesa do PRF, Renê Siufi declarou que a denúncia é “sem pé nem cabeça”. Segundo ele, as acusações do promotor ultrapassaram as do inquérito da Polícia Civil.
Siufi contou ainda que o promotor solicitou antecedentes criminais tanto de Moon quanto de outros dois ocupantes da caminhonete onde estava Adriano. “Quero ver o que vem das vítimas. Tenho conhecimento de alguns boletins de ocorrência, inclusive de violência”, disse.
O advogado ainda não quis comentar sobre a linha de defesa que vai adotar porque teve acesso a denúncia no início da tarde de hoje.
DELEGADO
Enilton Zalla disse não ter sido notificado sobre a solicitação do promotor e ressaltou que eventuais investigações só podem ser feitas pela corregedoria da Polícia Civil. “Nós concluímos tudo o que estava a nosso alcance. Não teve corporativismo. Nós prendemos o PRF”, declarou.
JUSTIÇA
A denúncia segue agora para o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal de Júri de Campo Grande. Ele tem cinco dias para avaliar se recebe ou não a denúncia do Ministério Público. Neste mesmo período, o juiz vai decidir se o PRF continua ou não preso.
O CASO
O empresário Adriano Correia do Nascimento foi morto por um policial rodoviário federal após briga de trânsito dia 31 de dezembro, no Centro de Campo Grande.
A vítima foi atingida por cinco disparos, constatou a perícia. O crime aconteceu enquanto vítima e dois amigos retornavam de uma casa noturna onde foram comemorar aniversário.
Informações da Polícia Civil apontam que Ricardo Moon teria disparado pelo menos sete vezes. O caso ocorreu na Avenida Presidente Ernesto Geisel, entre a Rua 26 de Agosto e a Avenida Fernando Corrêa da Costa, quase em frente à Capela da Pax Mundial.
Adriano era proprietário do Madalena Restaurante e de uma unidade do Sushi Express. Ele estava na casa noturna com dois homens da família antes de ser morto.
De acordo com testemunhas, por volta das 5h50, ele e os acompanhantes seguiam em uma caminhonete Toyota Hilux pela Ernesto Geisel, quando perto do cruzamento com a Avenida Afonso Pena supostamente teriam fechado a Mitsubishi Pajero ocupada pelo PRF.
Fonte: Correio Estado