
A morte de um idoso com mais de 60 anos por febre amarela em Silva Jardim, município vizinho a Casimiro de Abreu, na Baixada Litorânea, está sendo investigada para saber se ele foi vítima da forma silvestre da doença ou se a causa pode ter sido o vírus vacinal. O homem, morador do bairro Mato Alto, por estar fora da faixa etária da vacinação contra a doença, recebeu autorização de sua médica para ser imunizado e foi vacinado. Segundo a Secretaria de Saúde do município, nos últimos dias o senhor teve complicações após ser imunizado e chegou a ser internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI), mas morreu na quinta-feira da semana passada.
A Secretária municipal de Saúde de Silva Jardim informou que amostras de sangue do paciente foram enviadas para o Laboratório Central Noel Nutels (Lacen) para análise e que o resultado preliminar, que saiu no início da tarde do dia seguinte à morte do idoso, deu negativo para dengue, zika e chicungunha e positivo para febre amarela. Novas amostras de sangue do paciente serão enviadas novamente para análise, para identificar se o vírus era vacinal ou silvestre. A Secretaria de Saúde disse ainda que não há registro da presença de febre amarela em Silva Jardim,
A vacinação em Silva Jardim foi intensificada a partir do dia 15 de março, quando a primeira morte em decorrência foi confirmada em Casimiro de Abreu, que faz divisa com o município. Na semana passada, um exame descartou a febre amarela em um macaco da espécie bugio encontrado morto em Cambucaes, zona rural de Silva Jardim (RJ). O animal foi achado morto no dia 16 de março.
A possibilidade de a morte do idoso ter sido causada por complicações da vacina acende um alerta. O epidemiologista Roberto Medronho diz que há essa possibilidade.
A vacina é feita com o vírus vivo, apenas atenuado. Por isso, há pessoas suscetíveis que podem ter um evento adverso grave. Nesses casos, o vírus se reproduz e pode atacar os órgãos e pode desenvolver a doença — explicou Medronho.
A vacina contra febre amarela é indicada para pessoas de 9 meses a 60 anos. Segundo Medronho, os extremos (quem tem menos de 9 meses e mais de 60 anos) não devem ser vacinados porque os riscos dos efeitos colaterais são maiores.
Nesse momento no município do Rio, por exemplo, o risco de contrair febre amarela é zero. Neste caso, não é recomendada a vacinação porque os riscos são grandes em, comparação ao de se ter a doença. No caso desse idoso, além dos exames complementares, é necessário que o lote da vacina também seja analisado — disse Medronho.
Fonte: O Globo