
A comunidade artística de Campo Grande ganha novas oportunidades de divulgação e exposição dos trabalhos, a partir de maio. A Morada dos Baís trará ações de fomento e disseminação da cultura municipal, estadual e nacional, além da permanência dos serviços de atendimento ao turista por meio do Centro de atendimento e acesso ao city tour, fruto de uma parceria do Sesc MS com a poder público municipal.
“Nosso objetivo é potencializar, valorizar as manifestações e fomentar a cultura nesse importante espaço, como elemento de composição e ocupação artística, transformando-o em um palco para discussões de ideias, difusão da arte sul-mato-grossense e aproveitamento do prédio de grande apelo cultural e histórico para nosso Estado.” ressalta a diretora regional do SESC MS, Regina Ferro.
Entre as ações previstas, estão: Sarau Cultural; Café Literário, Filosófico e Musical; lançamentos de livros; encontros de cinéfilos; exibições cinematográficas; apresentações artísticas renomadas nacionalmente, como o Palco Giratório (maior projeto de circulação de artes cênicas da América Latina), SESC Dramaturgia, SESC Partituras, SESC Encena, Sonora Brasil; bem como, performances de artistas locais nas diversas linguagens. O local estará aberto para ensaios e encontros artísticos de fomento a produção.
“O SESC MS, trabalha rigorosamente cumprindo todas as leis que norteiam sua atuação. Quanto à ocupação de um imóvel tombado, como é o caso da Morada dos Baís, não seria diferente. Estamos cientes das responsabilidades, direitos e deveres que prezam a parceria entre nossa Instituição e o governo municipal, e é isso, que torna o lugar tão atrativo para o desenvolvimento de programações culturais. A iniciativa prevê que, além da classe artística, a população sul-mato-grossense e turistas, frequentem e consumam cultura”, afirma Regina Ferro.
A diretora lembra, ainda, da parceria de sucesso entre o SESC e o governo do Mato Grosso, com o prédio antigo chamado Arsenal em Cuiabá, importante centro cultural naquele estado que, desde 2002, está sob os cuidados do SESC. A unidade já passou por inúmeras adequações, sempre respeitando o tombamento histórico e as necessidades técnicas. Hoje, é palco de grandes manifestações artísticas e culturais. Outro exemplo de parceria é o antigo prédio do Paço Municipal em Curitiba que, foi restaurado e reinaugurado como Paço da Liberdade, em março de 2009, hoje é um centro cultural multifuncional administrado pelo SESC Paraná. Todas essas experiências demonstram satisfação para os envolvidos, uma vez que, cumpre seu papel social.
Local de estudo e aprofundamento da cultura
O Museu Lídia Baís, localizado dentro do prédio, será ampliado com obras da artista, adquiridas pelo SESC MS por meio de um trabalho de resgate que iniciou em 2014. “Conseguimos fazer aquisição de obras para a Instituição, mantendo-as dentro do Estado, para que as novas gerações tenham acesso e ainda possamos preservar a história. Com isso, manteremos vivos os ideais e a história dessa importante artista sul-mato-grossense, perpetuando o sonho de Lídia em transformar a Morada em local de valorização e visitação artística”, explica Regina Ferro. “Também adquirimos peças originais de Jorapimo, Conceição dos Bugres e seu filho Ilton Silva, nomes de destaque no cenário estadual, além do acervo particular do Sesc que vem construindo ao longo do tempo. Nosso objetivo é construir, com a participação da comunidade artística, um espaço que também será dinamizado para o estudo científico cultural, daqueles que fazem da arte um importante instrumento de disseminação da cultura sul-mato-grossense”.
História
Bernardo Franco Baís era comerciante e, em 1913, autorizou a construção do sobrado, hoje conhecido como Morada dos Baís. A obra, concluída em 1918, foi residência da família até 1938. Lídia Baís, filha de Bernardo, foi uma das artistas plásticas da época, e pintou painéis nas paredes do prédio. A sala azul e a rosa tornaram-se atração na cidade. Da década de 40 até 1974, o prédio foi propriedade da família Pimentel, que transformou o local em uma pensão. Após o incêndio de 1974, o madeiramento da cobertura, telhas de ardósia e pisos de madeira – trazidos da Europa por Bernardo Franco Baís – foram destruídos. Nos anos seguintes, o imóvel foi destinado ao comércio, tendo diversos usos: sapataria, casa lotérica e alfaiataria, até entrar em um período de abandono e depredação. Em Decreto municipal nº 5390, de 4 de junho de 1986, o prédio foi tombado como Patrimônio Histórico do município. Na década de 90 o prédio foi restaurado com projeto dos arquitetos Regina Maura Lopes Couto, Fernando Antônio Castilho e Mário Sérgio Sobral Costa, preservando as pinturas de Lídia Baís, e assim, permanece até hoje
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Morada dos Baís potencializa ações de fomento à cultura