O Presidente da República em exercício, Michel Temer (PMDB), desembarcou em Mato Grosso do Sul na manhã desta quinta-feira (9) para conhecer o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron). Temer é coordenador do Plano Estratégico de Fronteira (PEF), que começou em 2011 para combater ilícitos nas fronteiras, e desembarcou em Dourados, a 215 km de Campo Grande, às 9h33 (de MS).
Sisfron
O projeto-piloto do Sisfron funciona na 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada de Dourados e abrange cerca de 650 quilômetros de fronteiras no estado, que são monitorados por radares fixos e móveis, sensores óticos e câmeras de longo alcance. Mato Grosso do Sul está localizado na fronteira do Brasil o Paraguai e a Bolívia.
O Sisfron também engloba comunicações táticas e estratégicas, e conta com tropas do exército, caminhões, trens, helicópteros e blindados. Segundo o general da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada de Dourados, Rui Yutaka Matsuda, a cidade de Dourados foi escolhida para receber o projeto-piloto por questões estratégicas.
“Essa é uma opção estratégica tomada pelo exército em função de diversos aspectos que foram analisados, mas essencialmente o aspecto da logística, da proximidade da faixa de fronteira e também pelo fato de que a sociedade tem se mostrado muito apta a abrigar esse projeto piloto e tem ajudado muito e colaborado muito. Temos uma colaboração muito estreita, por exemplo, agora, com as universidades e diversos setores sociais que estão ajudando na implementação do Sisfron”, explicou.
(Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)
O sistema também está sendo implantado em outros pontos do estado. “Aqui (Dourados) é o centro de comando e controle, mas todo o aparato de sensores está sendo espalhado pela faixa de fronteira, debruçado na fronteira”, afirmou.
De acordo com o general, a população é a maior beneficiada com a implantação do sistema, que além de visar questões de segurança e combate a crimes de fronteira também vai contribuir para desenvolvimento econômico e social da região. Em relação aos crimes de fronteira, o objetivo é contribuir para diminuição e controle e “enfrentar a totalidade de crimes e transgressões de todos os tipos”, como contrabando, tráfico de drogas, tráfico de armas e crimes ambientais.
O monitoramento de vídeo será feito pelo exército por câmeras e transmitido em tempo real para o centro de comando. O sistema prevê que podem ser usados também câmeras de longo alcance, satélites e veículos não tripulados, que podem filmar e tirar fotos.
“Podemos encarar o Sisfron como um grande sistema, que de certa forma é inovador em termo de mundo, foi pensado de maneira inovadora, e a concepção dele é distribuir ao longo de toda a fronteira brasileira, estamos falando em 16 mil quilômetros de fronteira terrestre, uma grande densidade de tecnologia. O Sisfron parte da concepção de poder auxiliar o desenvolvimento econômico e social da região”, explicou o general.
A prática é inovadora, segundo o general, por focar no reconhecimento, vigilância e coleta de dados na faixa de fronteira, por isso, tem despertado interesse de outros países.
“É um projeto inovador. É uma grande aposta do Exército. É uma filosofia que não existe no mundo inteiro. Há cerca de dois meses, recebemos a visita de 22 países que vieram para verificar o funcionamento do Sisfron”, ressaltou.
Segundo Matsuda, a previsão é que o projeto esteja em total funcionamento em toda faixa de fronteira do Brasil em 10 anos.
“Podemos dizer que temos uma base de 60% do piloto já instalado aqui nesta fronteira. O centro de operações aqui de Dourados já está em total funcionamento, o centro de operações de Campo Grande também, e esperamos que até o final do ano já tenhamos os centros de operação de Ponta Porã, Amambai, Bela Vista e Nioaque em funcionamento”, informou.