Materiais deixados ao ar livre estão se degradando em construção parada
Por Redação Publicado 4 de abril de 2017 às 13:07

O canteiro de obras do Aquário do Pantanal, nos altos da avenida Afonso Pena, está abandonado. Materiais estão no relento sendo degradados pela força do tempo. É possível encontrar vários ambientes propícios para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que transmite doenças como dengue, zika vírus, chikungunya e febre amarela.

A obra está envelhecendo e além da perda de materiais como corrimãos, o mato toma conta da obra. O local reservado para o lago artificial, localizado nos fundos da obra, está cheio de água parada e suja. Muitas das palmeiras que faziam parte do paisagismo do projeto estão mortas e as que sobraram estão morrendo.

Os materiais que não foram deteriorados ainda, estão expostos às condições climáticas ou à ação de vândalos e ladrões. Apesar do local estar isolado por tapumes metálicos, a equipe de reportagem flagrou um grupo de adolescentes saindo do local. O grupo revelou que entrar na obra não requer muito esforço. Eles disseram também que é comum a entrada de pessoas no local, pois muitas vezes a equipe de segurança, que muitas vezes conta com apenas um guarda, não consegue cobrir todo o perímetro.

A obra já estava em fase de acabamento, partes já foram pintadas, portas, janelas e corrimãos foram instalados, porém estão sendo deteriorados com as paralisações da obra. A última foi em agosto de 2016 e permanece até hoje.

O aquário, que não tem previsão de conclusão, já consumiu R$ 116 milhões a mais do que o estimado, que era de R$ 84 milhões no início das obras. Para a conclusão ainda faltam R$ 68,8 milhões, o que fará o projeto ficar R$ 185 milhões mais caro, sendo um aumento de quase 320%, dinheiro capaz de construir outros três aquários e no total, quase R$ 269 milhões serão consumidos pela construção.

Peixes que seriam para o Aquário estão há 2 anos em tanques na sede da PMA
Enquanto o governo do Estado não encontra solução para a conclusão do aquário, os peixes, que em junho de 2015 foram adquiridos para que fossem as principais atrações do projeto, continuam em tanques na sede da PMA (Polícia Militar Ambiental), sendo cuidados pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul).

No total são 172 espécies que somam aproximadamente 8 mil animais aquáticos. Desses, cerca de 2 mil são frutos da reprodução de pelo menos 26 espécies,  conforme dados fornecidos pelo Imasul em dezembro do ano passado.

Segundo o coordenador técnico do Imasul, Heriberto Junior, a decisão de induzir os animais à reprodução foi do órgão. As espécies de peixes neotropicais são nativas da Austrália, África, Amazônia, Europa Central e a grande maioria, do Pantanal.

Fonte: O Estado Online/Vitória Ribeiro