Sem ter como explicar os motivos do déficit da previdência recair sobre os trabalhadores e não sobre as empresas e os partidos políticos devedores da Previdência Social, o deputado federado do grupo André Puccinelli, Carlos Marun (PMDB), que foi questionado sobre utilizar passagem aérea destinada ao trabalho parlamentar para visitar seu companheiro, amigo e atualmente encarcerado em prisão, deputado Eduardo Cunha, tem se esquivado de aparições públicas ainda que em eventos pertinentes à Reforma da Previdência, da qual é presidente (PEC 287/16).
Após ouvir diversas entidades que se manifestaram contra a reforma da Previdência, proposta pelo Governo Federal, o vereador André Salineiro (PSDB), presidente da Comissão Permanente de Legislação Participativa, realizou audiência na segunda-feira (3) na Câmara Municipal de Campo Grande, para a qual convidou o Carlos Marun. Apesar de ter informado que estaria em Campo Grande, Marun não confirmou presença e não esteve na audiência.
Além de Salineiro, participaram o vereador Odilon de Oliveira (PDT), Veterinário Francisco (PSB), Epaminondas Vicente, o Papy (SD), Hederson Fritz (PSD), Airton Araújo (PT) e Cida Amaral (PTN). O deputado estadual Amarildo Cruz (PT) também esteve no evento. A audiência contou ainda com membros da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil); representantes das centrais sindicais e movimentos sociais.
Os participantes se posicionaram contra a proposta que propõe a reforma. Coordenador do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário Federal e Ministério Público da União, Antônio Cézar Medina, destacou que haverá manifestação em junho promovida pela entidade. “Se a situação do país está ruim, a culpa não é do servidor. Somos contra a PEC, contra a reforma trabalhista e a terceirização”, disse.
Ao apresentar dados sobre a previdência, Salineiro destacou que não há déficit como diz o Governo Federal, de acordo com a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip) e Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (Cobap).
“Se essa PEC for aprovada, vamos ter idosos mendigando nas ruas. Além disso, essa reforma poderia impactar drasticamente a economia do país, pois mudaria o ciclo natural do emprego. Com mais pessoas trabalhando por mais tempo, faltariam vagas novas no mercado de trabalho. Faremos pressão para que nossos representantes em Brasília não aprovem essa proposta”, disse Salineiro.
Com informações da Assessoria do vereador Salineiro.