Milhares de servidores fazem protesto em frente ao Palácio Tiradentes
RIO – Um grupo de manifestantes arrancou tapumes de uma obra na Assembleia Legislativa e invadiu o Palácio Tiradentes. Mais cedo, eles bateram nesses tapumes e gritaram palavras de ordem pedindo a saída do governador Luiz Fernando Pezão e do presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB). Desde a manhã, milhares de servidores e aposentados – a maior parte da área de segurança – protestam em frente à Casa contra o pacote de medidas contra a crise enviado pelo governo do estado. Com buzinas e apitos, os manifestantes fazem bastante barulho na porta da Casa. Nas mãos, cartazes contra as medidas do governo. “Não ao pacote das maldades” e “Não à covardia contra os servidores públicos ativos, a aposentados e pensionistas” são alguns deles. A Polícia Militar informou que não vai estimar o número de manifestantes. Os organizadores do protesto estimam o número em 20 mil.
A pista lateral da Avenida Presidente Antônio Carlos, na altura da Avenida Franklin Roosevelt, está interditada. O desvio é feito pela Avenida Presidente Wilson ou pela pista central da Antônio Carlos e, em seguida, a Avenida Almirante Barroso. Já a Rua Primeiro de Março está totalmente interditada. O trânsito é lento na região. Equipes da CET-Rio e da Guarda Municipal orientam os motoristas.
ESPERANÇA NOS DEPUTADOS
O presidente da Coligação de Policiais Civis (Colpol), o comissário Fábio Neira, disse que o objetivo é sensibilizar os deputados para que eles barrem as medidas austeras propostas pelo governo.
– Espero que essa Casa barre aqui esse ‘pacote das maldades’. As lideranças da Polícia Civil enviaram um carta de repúdio aos deputados – disse Neira.
Lideranças de entidades que representam os servidores da área de segurança pública se reuniram com a deputada Martha Rocha (PDT), presidente da Comissão de Segurança Pública da Alerj, e outros parlamentares.
FUMAÇA AZUL
No início do protesto, policiais militares, que caminharam da Central à Alerj, junto com bombeiros e agentes do Desipe, soltaram uma fumaça azul para representar a participação dos agentes da corporação no protesto.
A região foi cercada por policiais do Batalhão de Choque, que atuaram na segurança durante o protesto.
PICCIANI PREVÊ APROVAÇÃO
Mesmo com toda a repercussão negativa que o pacote de ajuste fiscal do governo suscitou entre deputados — inclusive os da base aliada —, Picciani calcula que os projetos de lei enviados pelo governador Luiz Fernando Pezão serão aprovados com 40 a 50 votos. Com 36 votos, caso os 70 deputados apareçam em plenário, o governo garantiria a aprovação das medidas dos 18 projetos de lei ordinária e dos três projetos de Lei Complementar (que demandam maioria absoluta).
Ao GLOBO, Picciani, que é o principal articulador do pacote na Alerj, afirma que a estratégia de negociação é convencer os parlamentares contrários ao projeto que não há outro caminho para equilibrar as contas do estado. Ele garantiu ainda que o PMDB, com 15 deputados, vai apoiar ao pacote.
— Vai demandar um grande debate, mas vai se avançar muito. O Estado não pode ficar nessa situação. Evidente que são medidas duras, mas necessárias. Acho que nós vamos construir uma maioria para aprovar. Acredito que (teremos) na faixa entre 40 e 50 votos, que será suficiente para aprovar a maioria — disse.
Fonte: O Globo