GloboEsporte.com também analisa outra frase publicada pelo ex-treinador
do Tricolor das Laranjeiras em nota divulgada na última segunda-feira
Com a saída de Levir Culpi do Fluminense, o técnico divulgou uma nota em que dizia estar “p*** da cara”. Em seu site oficial, o ex-treinador do Tricolor escreveu que o clube é conhecido por ser o que mais demite técnicos no mundo. Ele também afirmou que trabalhou e conquistou a Primeira Liga no ano mais difícil do clube.
O GloboEsporte.com checou as duas frases de Levir na nota divulgada e o resultado está abaixo. A assessoria do treinador respondeu de onde ele retirou as informações citadas.
“Trabalhar nove meses em um clube famoso por ser o que mais demite técnicos no mundo tem também seu mérito.”
Levir não delimitou um intervalo de tempo para quando o Flu foi o time que mais demitiu técnicos no mundo. Neste ano, ele foi o segundo a comandar a equipe tricolor, após Eduardo Baptista ter sido dispensado pela diretoria.
Contando apenas 2016 e analisando os times que estão na Série A e o Vasco, o Fluminense está longe de ser o time que mais demitiu treinadores. O Tricolor está na terceira colocação de clubes que menos tiveram treinadores na temporada, com apenas dois, empatado com Atlético-MG, Atlético-PR, Botafogo, Flamengo, Grêmio e Vitória. Essas equipes estão atrás apenas de Santos e Vasco, com somente um treinador na temporada.
Caso se leve em consideração os números desde o início da gestão de Peter Siemsen, em 2011, nem assim o clube está entre os que tiveram mais técnicos. Confira na tabela abaixo que o Flu é o sexto time que menos teve treinadores desde 2011, empatado com Chapecoense, Palmeiras e Vasco.
As informações foram apuradas com base no site “O Gol”. O menor número possível na tabela seria 6. A contagem foi feita considerando a quantidade de treinadores que o time teve no ano. Se um técnico ficou dois anos à frente de um clube, ele ficou como número 1 em um dos anos e também como número 1 no outro. A metodologia foi feita assim porque não seria certo dizer que determinado time teve “x” técnicos já que o treinador pode ter comandado uma equipe sem ser de forma seguida. Na tabela também consta interinos que assumiram a equipe enquanto o clube buscava outro nome.
Esses números não significam, porém, que todos os treinadores foram demitidos. Às vezes eles podem ter pedido para sair, se aposentado ou, como as diretorias costumam alegar, saíram “em comum acordo”. Porém, a quantidade é um número próximo à realidade, já que muitos treinadores são demitidos.
Resposta da assessoria:foi um jornal mexicano que publicou isso. Dos dez times do mundo que mais demitem, sete são do Brasil e o primeiro é o Fluminense. A pesquisa vai muito além de de 2011. Ela começou em 2002.
Realmente a publicação mexicana “El Economista” coloca o Fluminense como equipe que mais demitiu treinadores de 2002 a 2014, com 41 técnicos. O jornal fez o levantamento com cinco ligas da América (Argentina, Brasil, Colômbia, Estados Unidos e México) e cinco da Europa (Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Itália).
“Conquistamos a Primeira Liga no ano mais difícil da história do Flu.”
Levir conquistou a Primeira Liga este ano, mas se 2016 é o ano mais difícil da história do Flu é algo que cabe interpretação. Ele já tinha falado isso em outras entrevistas, mas sem ser tão assertivo como na última segunda. O técnico se refere ao fato de o clube estar sem o Maracanã, mas isso não é novidade.
Em 2005, com o Maracanã fechado para reforma para o Pan-Americano de 2007, o Tricolor teve que mandar alguns de seus jogos em Volta Redonda e São Januário. O clube chegou até a disputar a final da Copa do Brasil, contra o Paulista de Jundiaí, no estádio de São Januário.
Naquele ano, o Fluminense teve um retrospecto de 11 vitórias, 6 empates e 6 derrotas (aproveitamento de 56,5% ) somando Raulino de Oliveira e o estádio do Vasco. Já este ano, o Tricolor 17 vitórias, 7 empates e 8 derrotas (aproveitamento de 60,4%), sendo mandante na Arena da Amazônia, Giulite Coutinho, Kleber Andrade, Los Larios, Mané Garrincha, Municipal de Juiz de Fora e no Raulino de Oliveira. Ou seja, neste ano teve um aproveitamento melhor como mandante.
O Tricolor teve outras temporadas de imensas dificuldades em sua história. Em 1999, disputou a Série C, por exemplo. Em 2015, perdeu o patrocínio da Unimed – que bancava maior parte dos salários do elenco – e a diretoria teve de se virar para manter um time competitivo.
Resposta da assessoria:talvez essa seja contestável porque o Fluminense não pôde jogar em casa, não teve uma casa para jogar. Não jogou nenhum jogo em seu estádio e só foi jogar no Maracanã agora em outubro. É nesse sentido que ele diz. A nota, ele escreveu de punho e entregou. Por isso está colocado dessa forma. Analisando dessa forma (com o desempenho no estádio Giulite Coutinho e o Fluminense já ter sido rebaixado para a Série C), este talvez possa ter sido um dos anos, estendendo para o plural. Acho que isso pode ser possível. Ele quis falar da dificuldade que teve esse ano de não ter um estádio para jogar e ter atuado em vários lugares diferentes.
*Estagiário, sob a supervisão de Eduardo Peixoto.
Fonte: Ge