Isolado em seu partido, o deputado federal e ex-governador de Mato Grosso do Sul José Orcírio, o Zeca do PT, faz questão de espalhar pelos corredores do Congresso Nacional o quanto está descontente com a presidente Dilma Rousseff, sua correligionária. Ao contrário de grande fatia do eleitorado, Zeca não critica a corrupção ou condução da política econômica, mas por ter sido excluído das negociações para preencher os cargos em órgãos federais no Estado.

Eleito para o primeiro mandato na Câmara dos Deputados, Zeca reclama do desprestígio diante da cúpula de seu partido, enquanto seu principal desafeto político, o senador Delcídio do Amaral (PT), foi designado para conduzir o processo de distribuição das vagas. Junto dele, o sobrinho de Zeca, deputado federal Vander Loubet (PT) também participa das articulações, por coordenar a bancada sul-mato-grossense. Dos petistas do Estado que atuam em Brasília, somente Zeca foi excluído das conversações com o Planalto.

É que enquanto Zeca é estreante na Câmara, Vander está em seu quarto mandato, e Delcído mantém relações estreitas com Dilma, tanto que foi escolhido pela presidente para ser líder do governo no Senado.

(*) A reportagem de Zana Zaidan está na edição de hoje do jornal Correio do Estado