Investigados em operação, funcionários da Agesul farão delação premiada
Por Redação Publicado 23 de julho de 2015 às 14:39

Advogados de funcionários afastados da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul) em razão dos desdobramentos da Operação Lama Asfáltica já preparam pedidos que serão feitos à Justiça para acordo de delação premiada. A reportagem apurou que o defensor de um dos investigados já procurou o judiciário e protocolou o pedido.

O processo corre em segredo de Justiça e, por isso, não há informação oficial sobre o desdobramento das investigações.

Depois de deflagrada no último dia 9, a Operação Lama Asfáltica motivou afastamento de Wilson Roberto Mariano de Oliveira, Hélio Yudi Komiyama, Marcos Tadeu Enciso Puga e Márcia Alvarez Machado Cerqueira.

O temor entre os envolvidos no esquema que ocasionou prejuízo de pelo menos R$ 11 milhões aos cofres públicos é grande, tendo em vista a possibilidade de novos nomes e detalhes do esquema surgirem a partir das delações.

DELAÇÃO

A delação premiada é um recurso da defesa que possibilita diminuição da pena em caso de condenação. Na maioria dos casos em que a estratégia é adotada pela defesa e aceita pela Justiça, os investigados entreguem vários nomes de outros envolvidos e detalhes dos esquemas.

A estratégia é, inclusive, muito usada por empreiteiros e políticos envolvidos na Operação Lava Jato, que apura esquema de empreiteiras em obras da Petrobras.

Mais informações sobre a delação dos investigados estarão na edição desta sexta-feira (24) doJornal Correio do Estado.

LAMA ASFÁLTICA

De acordo com a Polícia Federal, as investigações começaram em 2013 e apontaram existência de esquema de superfaturamento de obras “mediante prática de corrupção de servidores públicos e fraudes a licitações, ocasionando desvios de recursos públicos”. A organização criminosa atua no ramo de pavimentação de rodovias, construção de vias públicas, coleta de lixo e limpeza urbana.

Ainda conforme a investigação, foram identificadas “vultuosas doações” de campanhas à candidatura de um dos principais envolvidos. Segundo apurou a reportagem, trata-se do ex-diretor da Agência Estadual de Gestão e Empreendimentos (Agesul), Edson Giroto. A casa dele, inclusive, é um dos alvos dos 19 mandados de busca e apreensão.

A casa do empresário João Amorim, assim como da secretária e sócia dele, Elza Cristina Araújo dos Santos, e do genro, Luciano Dolzan – dono da LD Construções, também são alvo de buscas dos policiais.

A sede da Secretaria de Infraestrutura do Governo (Seinfra) também é alvo dos mandados de busca e os funcionários foram dispensados do serviço. Além das buscas, a PF também cumpriu quatro ordens de afastamento de servidores estaduais.

Fonte: Correio do Estado