Excesso de gases, diarreia, inchaço e dores abdominais entre trinta minutos a duas horas após a refeição… Parece familiar? Fique ligada: pode ser intolerância à lactose.
A lactose é um tipo de açúcar – ou seja, carboidrato – encontrado no leite e em outros produtos lácteos, como queijo, iogurte e requeijão. A intolerância se deve à falta da enzima lactase no intestino, que “quebra” a lactose em glicose e galactose, estruturas menores que serão absorvidas pelo organismo.
A intolerância à lactose é diferente de sentir alergia ao leite. A alergia é uma reação imunológica às proteínas do leite e não do açúcar. “Como é um quadro alérgico, as manifestações podem ocorrer no intestino, na pele e até no sistema respiratório com sintomas como tosse, chiados e bronquite”, explica a nutricionista Dra Andreia Guarnieri.
Existem três tipos de intolerância à lactose, sendo a congênita, de origem genética, a mais rara. A intolerância primária é resultado do processo de envelhecimento. O corpo produz muita lactase durante a infância, por conta da amamentação. Porém, conforme o ser humano cresce e passa a variar sua dieta, o organismo diminui a produção da enzima. “Em alguns casos, essa queda da produção de lactase pode ser muito significativa, levando a um quadro de intolerância à lactose”, diz Gabriela.
O segundo tipo é a intolerância derivada de doenças como a celíaca, que é de origem genética; a Crohn, inflamação crônica que pode afetar todo o sistema digestivo; e a gastroenterite, inflamação causada por bactérias e vírus, que ocorre principalmente no estômago e intestino delgado.
O tipo mais raro é a intolerância à lactose congênita, quando a pessoa já nasce com uma deficiência total de lactase no organismo. “Como a alteração gênica é recessiva, se faz necessário que tanto o pai quanto a mãe transmitam o gene da intolerância à lactose para o filho, por isso a raridade”, explica Gabriela.
Embora não exista uma cura à intolerância, tem como controlar os sintomas. O caminho mais simples é deixar de consumir alimentos com lactose, mas outra dica é ingerir a lactase, a tal enzima que digere a lactose, em forma de cápsula ou comprimido mastigável antes de consumir leite normal, indica Andreia. Porém, este consumo deve ser orientado por um especialista qualificado.
Alguns produtos lácteos contêm menos lactose do que o leite de vaca comum como, por exemplo, queijos brie, camembert, roquefort, cheddar, parmesão e emmental. De toda forma, “devem ser testados com cuidado”, reforça Gabriela.
Além disso, muçarela de búfala e o queijo de cabra contêm 2% de lactose, menos da metade do teor de um copo de leite ou iogurte. Já nos casos de intolerância moderada a grave, o ideal é substituir o leite e derivados por opções como leite de aveia, amêndoas, castanhas ou arroz, além de produtos lácteos fabricados sem lactose. Quando for às compras, confira sempre o rótulo!
Fonte: GLAMOUR/por MANUELA ALMEIDA