Indígena é morto por engano e deixado em posição de cruz
Por Redação Publicado 10 de fevereiro de 2017 às 13:03

Woshington Marques, 18, foi assassinado por engano com dois tiros na madrugada de ontem (9) e abandonado em sinal de cruz, na travessa Príncipe da Beira, no Jardim Uirapuru –região sul de Campo Grande. A vítima foi encontrada apenas pela manhã, pelos moradores que ouviram o tiroteio. Testemunhas afirmam que a vítima não tinha nenhum envolvimento com os suspeitos do crime e morreu por engano.

Segundo o primo do rapaz, que não quis se identificar, Woshington estava com o irmão e amigos em uma tabacaria na avenida dos Cafezais, quando um homem chamado Flávio, pai de possíveis desafetos, chegou e ameaçou os amigos. Ele disse que iria a casa e voltaria armado. O grupo saiu do estabelecimento e seguiu para a casa de um deles. Momento em que o suspeito os surpreendeu com vários tiros.

Dois deles conseguiram entrar na casa e trancar o portão. Woshington e o irmão, de 17 anos, tentaram fugir correndo. Ele foi baleado com um tiro de raspão no pescoço e um na axila. Já o irmão foi atingido no braço e conseguiu fugir correndo, deixando rastros de sangue por toda a rua.

Rapaz trabalhava como padeiro desde garoto e deixou uma filha de 3 anos

Conforme os moradores, assim que ouviram os disparos acionaram a polícia. Uma equipe da Polícia Militar realizou buscar na região, mas não encontrou nada. Porém, por volta das 7h, vizinhos viram o corpo do jovem caído em um matagal em posição de cruz.

Woshington deixa uma filha de 3 anos. A família esteve no local e lamentou o caso. De acordo com familiares, o rapaz trabalhava de padeiro desde a adolescência e nunca teve passagens pela polícia.

O delegado da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Piratininga, Hof-fman D’Ávila, disse que com as investigações preliminares o autor já foi identificado e será pedida a prisão preventiva.

“A vítima real estava com a moto da vítima virtual [Woshington], que seria, na verdade, a pessoa que estava sendo procurada pelo autor do homicídio. A polícia vailevantar se houve erro sobre a pessoa, se o suposto autor confundiu a vítima. A Polícia Civil já identificou, já está qualificando o autor e vai rapidamente representar pela prisão preventiva”, explica.
O irmão do rapaz foi levado para a Santa Casa de Campo Grande e passou por uma cirurgia. A mãe de ambos estava no hospital e descobriu por uma ligação de familiares a morte do filho.

Fonte: O Estado/Karina Campos