Por duas vezes na noite desta terça-feira (11) foi constatada tentativa de incêndio em locais diferentes, mas próximo um do outro na Santa Casa de Campo Grande. Mesmo no levantamento inicial do caso, a polícia definiu que ao menos um dos casos foi visivelmente criminoso e poderia provocar uma tragédia iniciando na ala de descanso dos funcionários e seguindo para a maternidade. Um dos casos foi atendido pelo Corpo de Bombeiros e ocorreu no 3º andar, na ala de maternidade definida de 3B, em uma sala com inscrição na porta indicando sala de exames, mas que é usada para descanso de funcionários do setor, com armários, beliche e uma cama.

Ali, uma funcionária informou que, por volta de 22h, foi até o local para pegar a mala do café quando percebeu um liquido no chão escorrendo de um travesseiro, liquido com cheiro de álcool. A funcionária acreditou que alguém teria derramado por acidente ou descuido, colocou o travesseiro no chão para escorrer e secar e saiu da sala. Minutos depois os funcionários que ali estavam informaram que alguém viu o fogo, sendo acionado o alarme de incêndio, quando o acompanhante de um paciente utilizou um extintor e conseguiu controlar as chamas, ainda fizeram uso de um balde de água para apagar de vez o fogo.

Indícios de Crime

Durante os levantamentos no local, a perícia criminal encontrou dois fósforos usados e um pedaço, aparentemente, do travesseiro, materiais que foram apreendidos. Visivelmente, o incêndio teria começado pelo travesseiro que estava com álcool, espalhando para o colchão da cama de solteiro. Havia no local um ventilador próximo do inicio do incêndio, mas sem nenhum vestígio de pane elétrica que pudesse provocar o incêndio.

Na sala ao lado foi encontrado um frasco de álcool, mas este é de uso comum dos funcionários, como também não houve preservação e por isso não foi apreendido. Conforme o registro policial do caso, plantonistas relatam que no setor 3A e 3B tinham 24 adultos e 18 bebês, sendo a equipe de funcionários de plantão, no momento dos fatos, duas enfermeiras, seis técnicos de enfermagem, dois médicos e dois médicos residentes.

Segundo caso

Quando faziam os levantamentos no local, policiais civis obtiveram a informação de que, por volta das 18h30min, também na terça-feira, no setor de Expurgo (local onde são deixadas roupas para serem lavadas), um carrinho com roupa estava pegando fogo, o que foi controlado por um funcionário do hospital. Só que o carrinho não estava mais no local, estava no subsolo 2, sendo que o Expurgo fica a poucos metros do setor do incêndio no travesseiro. Na vistoria ao carrinho com as roupas queimadas foi percebido também o cheiro de álcool.

Uma funcionária relatou aos policiais que as roupas encontradas no carrinho, possivelmente, são de duas cesáreas realizadas no período da tarde, já que a noite não houve nenhuma cesárea. A situação foi atendida pela Depac-Centro e deve ser investigada pelo 1º DP.

A Santa Casa deverá se manifestar sobre o episódio durante o horário de expediente.