Garra e perseverança são mesmo fundamentais?
Por Redação Publicado 16 de março de 2016 às 11:54

Depende. Insistir só por insistir em determinadas tarefas pode custar caro para a empresa e para o profissional

Pessoas que perseveram em missões e empreendimentos, nunca desistindo, sempre foram vistas como paradigmas de sucesso e cultuadas ao longo das décadas por livros e acadêmicos, particularmente nos Estados Unidos. Mas um estudo da Universidade do Sul da Califórnia, publicado no Journal of Research in Personality, agora põe essa tradição em dúvida.

Em primeiro lugar, os autores avaliaram o grau de “garra” e perseverança de cada um dos participantes, para depois submetê-los a uma série de experimentos. Em um deles, os participantes deveriam resolver problemas matemáticos, mas aqueles com mais garra não se mostraram mais competentes nesse quesito do que os mais relaxados.

Pelo contrário: em vez de desistir dos problemas para os quais não sabiam a solução, recebendo mesmo assim 1 dólar de recompensa, os perseverantes preferiam tentar resolvê-lo, mas acabavam fracassando e não recebendo nada.

Para os autores, esse fenômeno pode ser chamado de “persistência custosa”: a pessoa investe à toa grandes esforços e tempo em uma tarefa, sem admitir que não chegará a um bom resultado. Isso pode custar, por exemplo, a reprovação em um exame de vestibular, em que o candidato empaca em resolver questões mais difíceis em vez de pular para as mais fáceis, acumulando mais pontos.

Num contexto em que as pessoas são estimuladas a sempre ter mais “garra” no que fazem, os autores alertam para a necessidade de se estabelecer objetivos de maneira mais cuidadosa, pois nem tudo merece sempre o mesmo esforço intenso.

Fonte; Negócios