
O Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado – Gaeco – realiza uma grande operação nesta terça-feira (20) em Cuiabá. O objetivo é desbaratar um esquema de corrupção na Assembleia Legislativa de Mato Grosso e no Tribunal de Contas do Estado. Segundo as primeiras informações do Ministério Público Estadual o alvo da operação é uma consultoria prestada pela Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual – Faespe.
São 11 mandados de prisão preventiva nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande e Cáceres. Ainda são cumpridas quatro conduções coercitivas, além de 16 mandados de busca e apreensão. Além de Policiais Civis e Militares, Promotores de Justiça e Delegados de Polícia do Gaeco, estão participando do cumprimento dos mandados judiciais policiais do Batalhão de Operações Policiais (Bope), Batalhão de Ronda Ostensiva Tático Metropolitana (Rotam), Batalhão de Polícia Militar de Proteção Ambiental (BPMPA), Força Tática de Cáceres e Várzea Grande, totalizando mais de 100 pessoas envolvidas na operação.
As investigações do MPE apontaram irregularidades em contratos entre a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Contas com a Faespe (Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual) . Os alvos são acusados de crime de constituição de organização criminosa, e práticas de peculato, lavagem de capitais e corrupção ativa.
Na Assembleia, o contrato com a Faespe, firmado em 2015 e 2016, consumiu cerca de R$ 40 milhões. A suspeita é que parte do dinheiro foi desviada para deputados e servidores.
As informações preliminares dão conta que três pessoas estão presas, entre elas o auditor do Tribunal de Contas do Estado e sua esposa. Logo mais, ainda outras serão conduzidas para prestar depoimento na sede do Ministério Público Estadual (MPE). Os mandados foram determinados pela juíza da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda. A operação, que é a primeira de combate a corrupção comandada pelo promotor Marcos Bulhões.
Todos alvos da operação irão responder pelos crimes de organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e corrupção ativa. Os alvos da operação são servidores do TCE, Judiciário, funcionários da Faespe e empresários, cujos nomes ainda não foram divulgados.
Primeiras prisões
É intensa a movimentação de advogados no Gaeco em defesa dos clientes que estão sendo presos na manhã desta terça-feira na Operação Convescote – grande pique nique com o dinheiro público – . O Ministério Público confirmou que um dos presos é Odenil Rodrigues de Almeida, assessor de confiança do deputado Guilherme Maluf (PSDB).
O nome surgiu em investigações do Gaeco na Operação Ventríloquo, deflagrada em 2015 e que desbaratou uma organização criminosa, acusada de desviar R$ 10 milhões dos cofres da Assembleia, complicando o ex-deputado estadual José Riva (sem partido). Entre os conduzidos coercitivamente está o fiscal do TCE, Lázaro Amorim. o advogado Marcos Dantas, seu defensor já se encontra nas dependências do Gaeco e ao chegar ao prédio confirmou a prisão, mas ainda se informaria sobre as acusações que pesam sobre o cliente dele.
Também foi preso um ex-secretário geral da AL,Tscharles Franciel e o fiscal do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Lázaro Amorim. Um servidor da Faesp também está entre os presos. Paulinho Brother, ex-vereador de Várzea Grande também estaria entre os detidos. O alvo seria a esposa dele, Karinny Muzzi, mas foi preso junto por porte ilegal de arma. Em Várzea Grande foi preso ex-secretário de Administração Marcos José da Silva.
Com GD/MT