Funcionários de hospital bloqueiam rodovia por atraso em salário
Por Redação Publicado 17 de janeiro de 2017 às 10:45

Funcionários do Hospital da Missão Caiuá, que atende 15 mil índios de Dourados, ainda não receberam salário de dezembro

Funcionários do Hospital da Missão Evangélica Caiuá, localizado em Dourados, a 233 km de Campo Grande, protestam hoje (17) por causa do atraso no salário de dezembro. Em menos de um mês é a segunda manifestação dos trabalhadores em decorrência dos atrasos.

Para chamar a atenção da sociedade sobre o problema, eles estão bloqueando a rodovia MS-156 a cada dez minutos. Uma funcionária disse ao Campo Grande News que a direção da Missão Caiuá alega falta de dinheiro para pagar os salários.

“No mês passado eles disseram que não tinham recebido o dinheiro do Ministério da Saúde, mas conseguiram arrecadar fundos através de doações para a igreja e outras fontes. Só que depois eles receberam o recurso federal. Cadê esse dinheiro?”, questiona a funcionária.

Segundo ela, o atraso atinge pelo menos cem funcionários do hospital, que há 54 anos funciona dentro da reserva de Dourados e atende pelo menos 15 mil moradores das aldeias Bororó e Jaguapiru. Toda a equipe está sem receber, incluindo médicos, enfermeiros e pessoal da limpeza.

Os funcionários do hospital reclamam ainda que o pessoal contratado pela Missão Caiuá para trabalhar para a Sesai (Secretaria de Saúde Indígena) e Casai (Casa de Saúde Indígena) está com os salários em dia.

A Missão Evangélica Caiuá possui contrato milionário com a Sesai. A ONG atende 19 distritos sanitários em várias regiões do país. É responsável pela contratação dos profissionais de saúde que trabalham nas aldeias. No ano passado recebeu R$ 497 milhões.

Em 2016 a Sesai teve orçamento total de R$ 1,43 bilhão e previsão orçamentária de R$ 1,45 bilhão para 2017. Boa parte desses recursos é destinada às três organizações não governamentais que atendem índios no Brasil – Missão Caiuá, SPDM (Associação Paulista para Desenvolvimento da Medicina), que atua na região norte, e IMIP (Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira), que atua no Nordeste.

Fonte: Campo Grande News