
A População da fronteira sobretudo Brasil/Paraguai começa mesmo que de forma acanhada e por medida de segurança, silenciosa, estudar formas de manifestação contra a falta de segurança existente nos dois territórios. A queixa maior é do lado brasileiro, em que moradores reclamam da falta de policiamento preventivo com patrulhamento e blitzes por parte da Polícia Militar e ainda da Força Nacional. Além da Polícia Civil que não esclarece a maioria dos crimes.
Quanto à Força Nacional, as pessoas reclamam que quando avistam uma viatura, esta está estacionada com os policiais em seu interior com vidros fechados por conta do ar condicionado. Para as pessoas que por razões óbvias não se identificam, a continuar como está, Ponta Porã e Pedro Juan Caballero estão se transformando em praça de guerra. Comerciantes nos dois lados da fronteira chegam a “brincar” com o assunto dizendo que as policias não vão para as ruas por “medida de segurança”. Eles destacam que vez ou outra surge uma “operação especial”, mas elas duram o tempo suficiente para que sejam comentadas ou noticiadas nas duas cidades.
Sábado sangrento
Este sábado (12), por exemplo, começou com uma tentativa de homicídio vitimando o dono de um lava jato que conseguiu sobreviver e foi hospitalizado após ser atacado por dois pistoleiros. Luís Guilherme Bitencourt (29), proprietário do Lava Jato localizado na Rua Tiradentes, tomava tereré com amigos quando homens chegaram ao local em uma moto e passaram a atirar contra ele e em seguida fugiram rumo ao Paraguai.
Sem definição se os casos tenham ligação, horas antes outro dono de lava jato tinha sido atacado por pistoleiros. Josimar José Alves da Cruz (26), o Guará, foi executado com cerca de 20 tiros de pistola quando saia de uma padaria no Jardim Marambaia. Os atiradores também eram dois homens em um moto, sendo que o garupa desceu e executou Josimar que morreu na hora. O crime teve várias testemunhas e foi registrado por câmeras de segurança.
Do outro lado
Algum tempo depois das fuzilarias em Ponta Porã, o problema ocorreu do outro lado da fronteira, em Pedro Juan Caballero. Teodoro Cano Alfonso (44), que estava acompanhado de outra pessoa na caminhonete Hillux com placas BEP-996 do Paraguai, foi atacado por dois homens em uma motocicleta. A execução aconteceu no cruzamento das Ruas Cerro Leon com José de Jesus Martínez, sendo que ao ser atingido Teodoro perdeu a direção do veículo que subiu na calçada de uma residência batendo no muro da casa.
Já o homem que acompanhava Teodoro desceu da caminhonete e deixou o local, existindo a possibilidade que ter sido baleado. A Polícia Nacional do Paraguai esteve no local fazendo os levantamentos de praxe, mas assim como nos casos ocorridos no Brasil, não há informações sobre os assassinos.